| 29/10/2007 09h50min
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) classificou de 'grande insensatez' a idéia de um terceiro mandato para o seu sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na opinião do tucano, que desembarcou ontem em Israel para ministrar uma palestra sobre cenário político e econômico brasileiro na Universidade de Tel Aviv, um novo mandato seria 'antidemocrático'.
— Acho isso uma insensatez tão grande... O presidente Lula queria tanto a reeleição e conseguiu: foi reeleito. Imagina se ele agora vai entrar nessa de terceiro mandato? Duvido. Seria um absurdo — afirmou FHC, presidente por dois mandatos. — Uma questão é a reeleição, que é uma coisa normal, existe na maioria dos países. Outra questão é a extensão do mandato. Iria no caminho de um mandato indeterminado, o que é antidemocrático.
A posição de Fernando Henrique parece coincidir com a do próprio Lula, que no último sábado rejeitou proposta de terceiro mandato sugerida por seus aliados
políticos. O presidente alegou ser
favorável à 'alternância do poder' e afirmou que não há 'pessoas insubstituíveis na política'.
Apesar da objeção ao terceiro mandato, FHC ponderou que a questão não deve entrar na negociação entre o PSDB no Senado e o Palácio do Planalto para a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. Para o ex-presidente, a bancada tucana na Casa não deveria ameaçar interromper a negociação caso os aliados de Lula insistam nessa articulação, como chegou a defender o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).
De acordo com o ex-presidente, o PSDB precisa continuar negociando um eventual apoio à emenda da CPMF.
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