| 01/11/2007 05h30min
Às 8h35min de amanhã, as meninas do Brasil entram em quadra para buscar o título inédito da Copa do Mundo. De 2 até 16 de novembro, 12 seleções disputam no Japão o campeonato que garante três vagas para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
Ontem, o técnico José Roberto Guimarães definiu as 12 jogadoras que participarão da competição e confirmou a presença da atacante Jaqueline. Ele chegou a dizer que a esperaria até o último minuto. Afastada desde julho, a atleta ficou de fora do Pan do Rio por ter apresentado resultado positivo para substância sibutramina em um exame antidoping. A entrada de Jaqueline custou a vaga de Joycinha. O corte foi necessário porque Jaqueline só se juntou ao grupo no meio da preparação, o que ocorreu até semana passada na Itália.
Na Copa do Mundo, o Brasil está no Grupo B. Estréia contra a Polônia, equipe sem tradição no vôlei feminino e que participa do campeonato à convite da Federação Internacional. Os jogos da primeira fase serão realizados na cidade da Hamamatsu, onde há grande colônia de brasileiros.
A competição representa a redenção para um grupo que vem de temporada ruim, apenas com a conquista do Sul-Americano. No Pan, mesmo com o Maracanãzinho lotado, a seleção ficou com a prata ao perder a final para Cuba. No Grand Prix, o Brasil terminou na quinta colocação. Para virar a página, as meninas apostam na união do grupo.
– Todo jogo será uma final. O time está diferente, mais unido. A união conta mais até do que os aspectos técnico e tático – contou Thaisa, do Rio de Janeiro, por telefone, direto do Japão.
Thaisa reconhece que, até então, o pensamento individual predominou. O primeiro grande desafio ao qual as meninas serão colocadas à prova será no domingo, às 4h, contra Cuba. Thaisa considera que este não deve ser o jogo mais difícil mas, sim, o mais estimulante.
– Estamos com aquele jogo da final do Pan engasgado, por isso essa partida tem um gostinho a mais – justifica Thaisa.
O estímulo para vencer o
campeonato é fortalecido a cada set conquistado, com o olho no olho e o abraço coletivo das atletas. Técnicos de países como Itália e Polônia percebem esse comportamento, afirma Thaisa. Eles consideram a equipe brasileira "jogueira" (gíria do vôlei que significa malandra, que taticamente erra pouco). É esse time jogueiro que irá entrar em campo a partir de amanhã.
O caso Jaqueline
– Jaqueline foi flagrada em exame antidoping realizado em junho, quando disputava a final da Liga italiana pelo Jesi, contra o Perugia. Na época da punição, a jogadora alegou que o causador do problema seria um chá verde, comprado para combater celulite.
– Uma semana antes do julgamento, porém, Jaqueline mudou a defesa. Disse que o remédio CLA (Ácido linoléico conjugado), que tomava com freqüência, estaria contaminado.
– Por causa da suspensão preventiva, Jaqueline foi cortada dos Pan do Rio e também ficou fora do Sul-Americano.
– A
demora na decisão do caso de Jaqueline ocorreu pela dúvida
dos dirigentes se aplicariam o regulamento para atletas internacionais ou se a considerariam atleta de um time italiano, o que mudaria o local onde o assunto seria discutido.
– Em 19 de outubro, Jaqueline foi julgada. O Comitê Olímpico Nacional Italiano recomendou pena de nove meses de afastamento. No entanto, o juiz do caso reduziu a punição para três meses. Como a atleta cumpria suspensão preventiva desde julho, já estava liberada para retornar.
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