| 04/11/2007 14h33min
Foi uma manhã como o potiguar José Pereira da Silva, de 33 anos, queria. Com sol, vento ameno e calor, o atleta venceu a 7ª Maratona de Santa Catarina, realizada neste domingo, em Florianópolis, com o tempo 2h22min22seg.
A prova feminina foi conquistada pela Margaret Jepkogei Kiplagat, uma ex-professora do Quênia, com a marca de 2h55min46.
Na tarde de sexta-feira, chovia em Florianópolis, e José estava com frio. Como é do nordeste e está acostumado a correr no calor, torcia para um tempo quente. Foi como ele planejou.
Largou às 8h, na Avenida Beira-Mar Norte, com a temperatura de 19º C. Saiu em um ritmo leve e viu a prova ser liderada por seu amigo, o mineiro André Aparecido Ferreira. Mas no Km 24, o potiguar encostou no líder e André não conseguiu acompanhá-lo.
– O José me chamava para acompanhar o ritmo dele, me dava força, mas eu não agüentei. Saí muito rápido – afirmou André, que trabalha como operador de máquina num cortume e só pode treinar meio período por dia.
A maratona feminina ficou com Margaret. De acordo com o técnico dela, Rildo Alves dos Santos, a queniana era uma ex-professora de Eldoret e começou a correr porque o governo do país cortou o salário deles.
– Não tinha outro meio de sobrevivência, e ela começou a correr há quatro anos.
Na chegada, Margaret teve que ser socorrida. Não conseguia segurar o copo e tiveram que colocar água na boca da atleta. Depois ela fez massagens e foi ao pódio, mas ainda estava fraca. A segunda colocação ficou com a mineira Denise Paiva Lucas Campos. Ela terminou a prova com o tempo de 2h56min43seg.
Além de Margaret, outros três quenianos participaram da maratona. Nos 5 Km masculino, Pius Mnangat Wepoghe ficou com o primeiro lugar.
Os funcionários dos correios também chamaram a atenção e venceram as provas de 5 Km masculino e de 10 Km masculino e feminino. A blumenauense Cleide de Souza Küll, 34 anos,
operadora de triagem, venceu os 10 Km com o tempo de 37min49.
– A empresa lidera a gente para treinar meio período. Agora vou me concentrar em três provas dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) que disputarei semana que vem.
Na prova para cadeirantes, Carlos Roberto Oliveira foi o campeão, com o tempo de 2h03min28seg. O atleta trabalha no Centro de Documentação do Zero Hora, no Rio Grande do Sul.
– Essas provas são interessantes para mostrar que a pessoa com deficiência, se tiver uma chance, pode se dar bem no mercado de trabalho e em atividades esportivas – afirmou o atleta que tem uma tatuagem, no ombro esquerdo, do Papa-Léguas correndo em cadeira de todas.
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