| 05/11/2007 06h37min
O Inter fez muito bem em esperar por Nilmar. Ontem ele jogou menos de uma hora e fez tudo que se pode esperar de um centroavante talentoso. Merecia ter feito gol porque teve as melhores chances, criadas por ele, com malícia, velocidade e inteligência. Na primeira vez livrou-se de todos menos do goleiro e tratou de encobri-lo, mas finalizou por cima.
Na segunda vez, driblou até o goleiro mas a bola ficou comprida e ele não pôde fazer o gol. Na terceira, fez um giro súbito e deu de lado para Fernandão fazer o primeiro gol. E meteu-se ainda em quase todo o ótimo primeiro tempo do Inter, foi dele a bola para Iarley perder o gol de cabeça. E, depois, cansou e foi substituído. O Inter venceu ao Vasco com um reaperto do time por Abel Braga. Nilmar mais Iarley e Fernandão pelos lados, três zagueiros com o exemplar Orozco pelo meio, Guiñazu na ala esquerda, como já fizera antes. Não conseguiu manter o mesmo ritmo no segundo tempo. Espinosa mudou o Vasco, botou Romário como uma instituição, avançou
o time, e
teve a honra do gol no final de jogo. Foi uma reabilitação do Inter, em São Januário, e um anúncio de Copa Sul-Americana.
Triste unanimidade
O que me impressionou no sábado do Olímpico não foi a derrota para o Figueirense, que se deu em termos lógico e gradativos, mas a unanimidade de todos com relação à pouca produção do time do Grêmio, do presidente Odone ao zagueiro William, capitão do time, passando por outros jogadores e dirigentes. E a unanimidade, que não é comum - porque sempre há espaço numa derrota para queixas, recriminações e indignações - foi demolidora: o time não jogou nada, o Figueirense sempre mandou no jogo, jogou mais, e só ele merecia vencer. Esse fato por certo contém outros. Há uma flagrante decepção se as razões não foram um pênalti mal marcado, defesas impossíveis do goleiro Wilson, ou algum tipo de insensatez do jogo. Foi jogo jogado, perdido e pronto.
Mesmo a falha de Saja no gol de empate,
quando não soube fazer a defesa de um chute em cima
dele quase, não foi alegada. Soube-se, mas só depois do jogo, que Saja sofrera uma lesão grave no braço logo no início do segundo tempo. Por isso, não teve força com o braço para bem espichá-lo e armar a defesa com a mão correspondente. Mas nem essa queixa se ouviu, só o lamento de que mais um jogador estava machucado e fora da temporada. Fosse outro clima e todos estariam ressaltando o prejuízo da lesão. Nem isso.
Essa resignação do Grêmio correspondeu às vaias modestas e a saída rápida de todos do Olímpico. A decepção foi grande, mas só ela não explicaria a unânime percepção do time e sua baixa capacidade de jogo. Ao menos nesse sábado, e como eu ainda não virá em lugar nenhum. E esta semana é a dos julgamentos no STJD, das punições, das perdas e da redução da estima geral. Não é só a Libertadores que ficou mais obscura.
La passión
Tem lista de espera, começa às 19h na Sala Oeste do Santander Cultural, vamos trabalhar
hoje e amanhã (mesmo horário, mesmo local)
sobre o encanto e a perfídia da entrevista como gênero, já acima da sua primária condição jornalística. É um prolongamento em outros termos do Encontros com Professor, só que com um esclarecimento didático-pedagógico sobre a natureza e a feitura dessa mais antiga relação humana. Os dois pequenos ensaios que fiz para o primeiro e o segundo volumes do Encontros já estão impressos para as duas oficinas, e o ex-patrono Alcy Cheuiche vai ser entrevistado amanhã pelos oficineiros. Na feira passada foi o Walter Galvani, e se espera o mesmo sucesso
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