| 05/11/2007 17h44min
Roteiristas americanos começaram nesta segunda-feira uma greve que pode colocar em risco toda a produção cinematográfica e televisiva dos Estados Unidos. A notícia foi dada pelo sindicato dos roteiristas, o Writers Guild of America, depois do fracasso das negociações com a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), representante das produtoras de cinema e televisão americanas.
O protesto dos autores, que inclui piquetes em frente aos estúdios, pode ter um efeito imediato sobretudo na produção televisiva, já que programas diários como os de David Letterman, Jay leno e Stephen Colbert não poderão contar com o trabalho dos roteiristas que diariamente escrevem comentários e piadas sobre os fatos do dia.
— Àqueles que já acham que meu espetáculo não é engraçado, digo: o pior ainda está por vir — disse David Letterman.
Também séries televisivas como Lost e Desperate Housewives poderão ser
obrigadas a terminar antes do previsto, não só pela falta de
roteiros, mas porque nenhum roteirista estará presente no set de filmagens para realizar eventuais mudanças devidas a imprevistos nas gravações. A greve coloca em conflito ainda os profissionais que atuam como autores e produtores ao mesmo tempo:
— Deverei encontrar um modo de protestar contra mim mesmo. Poderei jogar ovos em mim mesmo?", disse Spike Feresten, roteirista e produtor da série Seinfield.
Para o cinema as conseqüências chegarão em um segundo momento, já que o trabalho das produtoras é mais adiantado do que na televisão. Além disso, tendo em vista a temida greve, foram reservados roteiros para continuar a produção de filmes.
As negociações com os estúdios e produtores começaram em julho e não tiveram progresso. Um dos pontos de conflito é a exigência dos roteiristas de receber uma compensação pelas vendas de DVD e pela distribuição de conteúdo na internet.
A última greve de roteiristas ocorreu em 1988 e durou 22
semanas, com perdas avaliadas em US$ 550 milhões
(cerca de R$ 966 milhões). Um economista de Los Angeles, Jack Kyser, prevê que uma greve do mesmo porte poderá levar hoje a perdas de pelo menos US$ 1 bilhão.
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