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 | 07/11/2007 01h52min

Filme do Mundial emociona jogadores e dirigentes

Platéia riu, chorou e aplaudiu a pré-estréia de Gigante — Como o Inter Conquistou o Mundo

Amauri Knevitz Jr.  |  amauri.knevitz@zerohora.com.br

Depois do Morumbi e do Estádio Internacional de Yokohama, foi a vez do Unibanco Arteplex, no shopping Bourbon Country, em Porto Alegre, virar uma sucursal do Beira-Rio. Emocionada e cantando "Vamo, vamo, Inter", a platéia de colorados saiu da sala de cinema em êxtase na noite desta terça, após a pré-estréia do filme Gigante — Como o Inter Conquistou o Mundo, que entra em cartaz na próxima sexta, dia 9.

Dirigentes, jornalistas, a equipe do filme, os torcedores selecionados para prestar depoimento e os jogadores Clemer e Iarley assistiram ao documentário, narrado pelos personagens do título mais importante da história do clube. Produzido por uma equipe liderada por três colorados — o diretor Gustavo Spolidoro, o roteirista Luís Augusto Fischer e o montador Giba Assis Brasil —, o filme tem como objetivo justamente fazer o torcedor chorar.

— A gente fez o filme que a gente, enquanto torcedor, gostaria de ver — contou o diretor Spolidoro, que compareceu à sessão fardado com uma camisa de goleiro do clube com o nome de Gilmar, do início dos anos 80.

— Não separei o torcedor e o roteirista em momento nenhum. Fui as duas coisas ao mesmo tempo. O critério foi mostrar como a conquista foi uma obra dos torcedores — disse Fischer.

Além do gol de Adriano Gabiru, comemorado quase como se tivesse acontecido naquele momento, várias passagens causaram manifestações entre os espectadores. Na maior parte do tempo, eles permaneceram tensos e com os olhos grudados na telona, como que sentindo de novo o nervosismo daquele 17 de dezembro.

A hora em que Iarley decide permanecer no aeroporto Charles De Gaulle, em Paris, para acompanhar os estrangeiros do time (Vargas e Hidalgo), que não tinham o visto francês, arrancou aplausos. As aparições de Perdigão, contando causos dos bastidores, motivaram gargalhadas. E o corte do som no fim do filme, enquanto já rodavam os créditos, gerou irritação.

— Tem gremista lá em cima! Vai ver o filme dos Aflitos! — gritou alguém, para risos de quem estava em volta.

Tecnicamente, a produção se destaca pela edição excelente, que não deixa cair o ritmo, e pela riqueza dos depoimentos. Sem narrador, quem conta a história são torcedores, dirigentes, o técnico, massagistas, roupeiros, dezenas de jogadores que participaram da campanha e até ex-jogadores, como Dunga, Taffarel, Larry e Claudiomiro.

O filme conta detalhes da decisão contra o Barcelona, mas não se resume ao jogo final. Lances da partida remetem a acontecimentos anteriores. Assim, a conquista da Libertadores, o embarque para o Japão e a semifinal contra o Al-Ahly são lembrados graças à habilidosa edição.

No fim, uma locução de Fernandão aperta de vez o coração dos colorados. Cobrindo imagens da comemoração, o texto dito pelo capitão é mais ou menos assim: "Com tudo isso, você aprende a valorizar a história do clube. Sei que, naquele momento, junto com Clemer, estavam Gainete, Manga, Benítez. Auxiliando Índio e Fabiano Eller na zaga, estavam Scala, Figueroa, Gamarra, Bolívar", e por aí vai.

— É uma história de 97 anos, sintetizada naquele jogo, sintetizada neste filme — sintetizou o ex-presidente Fernando Carvalho.

Marcos Nagelstein  / 

Clemer, Vitorio Piffero e Fernando Carvalho no coquetel servido antes da exibição
Foto:  Marcos Nagelstein


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