O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, assegurou nesta quarta-feira que não vai faltar gás natural veicular (GNV) para os taxistas. Ele defendeu, no entanto, o fim do incentivo ao aumento da frota que utiliza esse tipo de combustível, reconhecendo que muitos motoristas fizeram investimentos para transformar os seus carros e que é importante que não falte gás para eles, diante da dificuldade de abastecimento da Petrobras.

— O que não dá é para continuar expandindo esse segmento de transporte — disse, ao lembrar que no Brasil existe o etanol, que é um combustível 100% nacional e vem de uma fonte renovável. — Subsidiar uma fonte que é 50% importada não me parece muito lógico — concluiu Tolmasquim, depois de participar do 7º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos.

Segundo ele, o momento não é de se discutir quem incentivou o uso do GNV e sim de dar um sinal correto para o setor. O dirigente acredita que o mercado brasileiro de abastecimento de gás natural voltará a uma situação de equilíbrio em 2008. Ele afirmou que, no Sudeste, a produção de gás passará dos atuais 16 milhões de metros cúbicos por dia para 40 milhões de metros cúbicos. Além disso, entrarão mais 20 milhões de metros cúbicos de gás natural liqüefeito (GNL).

— Vai ter em 2008 uma virada importante do gás — concluiu, dizendo que a demanda desde 2001 pelo gás natural cresceu 14% ao ano e que a projeção para os próximos seis anos é de um crescimento de 17% ao ano. — Por mais que se tenha um aumento, tem que ter racionalidade entre a expansão da oferta e da demanda — complementou.