| 08/11/2007 11h54min
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na segunda-feira, a partir das 18h. O dirigente foi denunciado no artigo 238 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva por conta de, segundo a procuradoria do tribunal, ter participado da formação do time corintiano de 2005 (que segundo o Ministério Público Federal foi montado com dinheiro ilícito). Se for considerado culpado, Sanchez pode ser suspenso do futebol por um período de dois a quatro anos.
O ex-presidente do clube Alberto Dualib e o ex-vice Nesi Curi também serão julgados na segunda, citados no mesmo artigo. Já o Timão foi acusado no artigo 233 - deixar de cumprir obrigação legal por fato ligado ao desporto, observada a competência da Justiça Desportiva prevista em lei. Se condenado, o clube terá de pagar multa de R$ 1 mil a R$ 10 mil.
O artigo 238 refere-se a “receber ou solicitar, para si ou para outrem, vantagem indevida em razão de cargo ou função, remunerados ou não, em qualquer entidade desportiva ou órgão da justiça desportiva, para praticar, omitir ou retardar ato de ofício, ou, ainda, para fazê-lo contra disposição expressa de norma desportiva”. Os dirigentes foram denunciados por supostas irregularidades na origem do dinheiro investido no Corinthians pela MSI.
O vice-presidente jurídico do Timão, Sérgio Alvarenga, discorda da acusação a Sanchez.
– Isso é um absurdo muito grande porque o Andrés não foi nem denunciado na Justiça comum – afirmou.
A investigação do STJD, que foi realizada pelo auditor Alexandre Quadros durante 30 dias, utilizou as escutas feitas pela Polícia Federal como base. O auditor, então, indicou que os três dirigentes deveriam ser acusados, mas rechaçou qualquer possibilidade de o Timão perder o título brasileiro de 2005. A procuradoria do STJD seguiu o sugerido pelo auditor no relatório da investigação.
A defesa de Sanchez será feita pelo advogado João Zanforlin. Porém, nos bastidores do clube, a informação é de que o mandatário não perderá seu poder mesmo se for suspenso. Em caso de condenação, o presidente seguiria dando as ordens no Corinthians, mas só não poderia assinar oficialmente pelo clube.
CPI do Futebol
Os senadores e deputados trabalham, nesta quinta, para conseguir as 171 assinaturas para a instalação da CPI mista do Futebol, que investigará a utilização de dinheiro ilícito em transações envolvendo o esporte no país. Às 12h, será lido o requerimento para a criação da comissão parlamentar mista de inquérito.
O problema é que mais de 70 deputados e três senadores retiraram suas assinaturas depois da pressão feita pela CBF. A confederação não teria interesse na investigação no contrato do Corinthians com a MSI e a suposta infiltração da máfia russa. Isso porque mancharia a imagem do Brasil, país-sede da Copa de 2014.
Os parlamentares querem investigar a suposta lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal no futebol brasileiro. No momento, os defensores da CPI calculam que estejam faltando cinco assinaturas para a criação da comissão.
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