O líder cubano, Fidel Castro, qualificou de "Waterloo ideológico" a discussão entre o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o rei da Espanha, Juan Carlos, na Cúpula Ibero-Americana de Santiago do Chile.

— O sábado 10 de novembro de 2007 passará à história de nossa América como o dia da verdade. O Waterloo ideológico ocorreu quando o rei da Espanha ordenou a Chávez de forma abrupta: 'Por que não se cala?' — disse o chefe da revolução cubana em um novo artigo de reflexões publicado hoje na imprensa local.

— Nesse instante, todos os corações da América Latina vibraram — disse Fidel, que se recupera de uma grave doença que o obrigou a delegar o cargo a seu irmão mais novo, Raúl, em julho de 2006.

A discussão entre o rei e o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e Chávez aconteceu na sessão de encerramento da Cúpula Ibero-Americana, depois que o governante venezuelano reiterou suas acusações ao ex-chefe do Governo espanhol José María Aznar e chamou-o de "fascista".

Segundo o líder cubano, o episódio "parecia surreal, e nunca tinha ocorrido um diálogo parecido entre chefes de Estado e de Governo, que em quase sua totalidade representavam países saqueados durante séculos pelo colonialismo e imperialismo".

Fidel disse que, ao ouvir os planos de Chávez em seu retorno a Caracas de "se misturar com as multidões, como fez tantas vezes", entendeu com "com absoluta clareza" que ele pode ser assassinado. O líder cubano acredita que, no "caso da Venezuela, a vitória não deve se transformar em terrível revés, mas em uma vitória muito maior, para evitar que o imperialismo leve ao suicídio de nossa espécie".

A Batalha de Waterloo

A Batalha de Waterloo foi um combate decisivo entre forças francesas, britânicas, russas, prussianas, austríacas e se deu nas proximidades da aldeia belga de Waterloo. Ocorreu durante os Cem Dias de Napoleão. Em 18 de junho de 1815, Napoleão Bonaparte perdeu a batalha de Waterloo contra a Inglaterra e a Prússia. Assim, as potências européias encerraram o império de Napoleão, obrigando-o a abdicar pela segunda vez e o deportando para Santa Helena.