Presidente do Haiti, René Préval dificilmente assistirá a Peru x Brasil, jogo marcado para as 19h10min (horário de Brasília) deste domingo, em Lima, pelas Eliminatórias. O político mal imagina que, tivesse a idéia maluca de comprar os 22 convocados da Seleção, investiria todo o orçamento de seu país.

Na verdade, sobraria um mísero milhão de real. Isto porque os convocados de Dunga valem R$ 1,137 bilhão, contra R$ 1,138 bilhão previsto no orçamento para 2007.

Vale também examinar a realidade gaúcha. Se fosse dona dos vínculos dos 22 que viajaram ao Peru, a governadora Yeda Crusius (PSDB) colocaria ordem nas finanças do Estado.

— O valor da Seleção equivale a dois pacotes da Yeda — comenta o economista Alfredo Meneghetti Neto, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), em referência às medidas que o governo tentou aprovar.

As comparações soam absurdas, mas ganham força depois das manchetes dos jornais europeus de sexta-feira. Dúvida para este domingo, o lesionado Ronaldinho estaria nos planos do bilionário russo Roman Abramovich, dono do Chelsea. A proposta para tirar o craque do Barcelona parece inacreditável: R$ 41,3 milhões anuais, ou R$ 114.750 por dia.

Há dois poréns: para Ronaldinho morar em Londres e receber o salário na tesouraria do Chelsea, primeiro o clube inglês terá de convencê-lo a deixar a Espanha. Depois, faltará depositar a multa rescisória, caso o Barcelona não aceite negociá-lo. E lá irão R$ 318,7 milhões em troca de 1m81cm e 80kg de futebol genial.

Ronaldinho puxa a fila dos ricos da Seleção. A expressão, neste caso, é redundante, porque todos recebem muito bem. Kaká ganha R$ 15,3 milhões por ano, livres de impostos. Pudera: cobiçado pelo Real Madrid, custa R$ 255 milhões, conforme cláusula no contrato.

Se Ronaldinho não jogar contra o Peru, Dunga deve escolher entre Elano (R$ 28 milhões) e Diego (R$ 25,5 milhões). A julgar pelas cifras, trata-se de um problema de fácil solução.