O presidente venezuelano, Hugo Chávez, modificou hoje sua agenda em Paris, na França, para realizar reuniões de urgência referentes a sua mediação entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), com o objetivo de conseguir um acordo humanitário de troca de reféns por prisioneiros.

Chávez devia abrir hoje sua agenda oficial em Paris com um encontro com empresários franceses, mas não foi à reunião. Em seu lugar, foram ministros venezuelanos, como o do Exterior, Nicolás Maduro, que justificou a ausência do chefe do Estado pelo fato de estar "trabalhando intensamente, com governo e líderes amigos" na preparação da reunião de hoje com o presidente da França, Nicolas Sarkozy.

Em um almoço de trabalho, Chávez e Sarkozy vão se concentrar nas medidas para propiciar uma troca humanitária dos reféns das Farc, em particular a franco-colombiana Ingrid Betancourt. Maduro também aproveitou para dizer a empresários franceses que Chávez deseja se encontrar com eles, "talvez no início de 2008, na Venezuela", e afirmou que seu país é "uma oportunidade real para o investimento".

O ex-marido de Ingrid Betancourt, Fabrice Delloye, acredita que se não for apresentada uma prova de vida nos próximos 15 dias não será possível uma negociação para conseguir a liberdade dela. Entrevistado hoje pela rede de televisão francesa I-Télé, Delloye — pai dos dois filhos de Betancourt — confirmou que Chávez não conseguiu trazer provas de que a ex-candidata presidencial está viva.

— As Farc não querem jamais dar os elementos (provas de vida) no momento em que são esperados. Estamos cansados pela pressão que não param de exercer sobre as famílias dos reféns — disse Delloye.

O governo colombiano deu prazo até 31 de dezembro para que Chávez encerre as negociações e impôs como condição a um eventual encontro dele com o líder das Farc, Manuel Marulanda, que antes ocorra a libertação dos 45 reféns que podem ser trocados por 500 guerrilheiros.