| 22/11/2007 04h
Talvez um dos motivos da renovação por mais um ano de Clemer, anunciada ontem, seja o fato de o goleiro cobrar muito dos companheiros em campo. Segundo o técnico Abel Braga, é preciso gritar mais na próxima temporada, nem que seja do banco de reservas.
O técnico tinha interesse na permanência do goleiro não apenas pelo histórico vencedor. Em 2006, ano das conquistas da Libertadores e do Mundial, o grupo tinha jogadores muito falantes em campo. Fabiano Eller, Bolívar, Fabinho, Tinga e até Jorge Wagner, este um pouco mais comedido, é verdade. Discutiam com juízes, adversários e colegas na busca dos resultados. Com a renovação do grupo, o Inter perdeu o perfil e andou muito quietinho em 2007.
— É importante o líder do campo, que observa a conduta, e hoje nós temos poucos. Por característica, por perfil, por personalidade. Temos uma equipe dentro do campo muito calada, que fala muito pouco — analisa Abel.
Com o técnico mais uma vez externando o desejo
de contar com Clemer no início da
semana, aliado ao grande debate da questão, o vice de futebol Giovanni Luigi apressou a definição. Chamou Clemer na terça-feira e disse que ligaria no dia seguinte para tratarem da renovação.
O goleiro almoçava com a família, ontem, por volta das 12h30min, quando o telefone tocou. Era Luigi o chamando para conversar na sala da presidência. Clemer chegou ao Beira-Rio por volta das 14h20min, sentou-se com o dirigente e, em cerca de 40 minutos, definiram os detalhes da renovação. Na parte do treino fechado que foi aberta à imprensa, Clemer demonstrava um semblante de muita tranqüilidade, esbanjando sorrisos.
— Estou bem mais aliviado, passarei o final de ano tranqüilo. Renovei o contrato em um lugar que gosto. Moro praticamente em frente ao Beira-Rio, escuto de casa o que está acontecendo aqui. No que depender de mim, estarei à disposição para fazer o melhor — garantiu o goleiro.
Opinião partilhada pelos companheiros. Não apenas pelos gritos que
Clemer continuará distribuindo, seja no
gol ou no banco de reservas, mas pela grande influência no vestiário.
— Clemer é um baita companheiro, um amigo que está sempre querendo vencer. Isso é muito bom. Os comentários são sempre no sentido da vitória. É para o bem do grupo — afirmou Fernandão.
Goleiro definiu sua permanência no Beira-Rio em reunião de 40 minutos
Foto:
Ricardo Duarte/
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