| 22/11/2007 04h08min
Em dois jogos, Bustos marcou gols para a Colômbia, cobrando faltas. O último foi contra a Argentina, terça-feira. Como Bustos foi substituído por Patrício, nos últimos jogos do Grêmio, ergueu-se uma onda de indignação contra Mano Menezes. É verdade que Bustos não vinha cobrando as faltas que o Grêmio consegue provocar por seus atacantes, mas é incompreensível que estivessem sendo cobradas por outros jogadores. Faltou imposição do treinador, embora saibamos que são os jogadores que, muitas vezes, decidem na hora quem vai cobrar. A outra causa da inconformidade está no fato de que Bustos foi substituído por Patrício. Neste item, Mano tem boas justificativas. Bustos vinha jogando mal e marcando pior. Patrício é melhor marcador, embora não tenha demonstrado esta vantagem nos jogos em que substituiu Bustos. Mas, esta é uma circunstância que só pode ser constatada DEPOIS dos jogos, fato que absolveria o treinador, desde que ele revogasse a sua decisão e reintegrasse Bustos ao time. Porém, é neste momento que
aparecem a teimosia e a onipotência de muitos treinadores. Mano não parece disposto a rever a sua posição. Azar seu e do Grêmio.
Pecado da soberba
São fartos os exemplos de treinadores que, afrontando a opinião majoritária das torcidas e da imprensa, deixaram na reserva jogadores de qualidade notoriamente superior. Lembremos alguns episódios:
— Telê Santana treinava o Grêmio e o ponteiro Éder era um dos seus mais importantes titulares. Na véspera de um jogo decisivo, conta a lenda, Eder teria feito "titica" nas chinelas do treinador. No dia seguinte, o Grêmio entrou em campo sem Eder, para assombro geral.
— Ronaldinho já integrava o grupo principal mas não era escalado porque Celso Roth entendia que o garoto ainda não estava preparado para assumir uma posição no time do Grêmio.
— O Grêmio lutava para deixar a Série B e contava com Anderson surgindo como uma das melhores promessas do futebol
brasileiro. Mas Mano insistia em não escalar o menino. Até que, um
dia, manteve Anderson trancado em uma sala do Olímpico, enquanto o time jogava.
— Bolívar só era escalado quando faltava zagueiro. Entrava, dava show, mas no jogo seguinte estava no banco. E assim terminou a temporada sem que Muricy Ramalho aceitasse que ali estava o melhor zagueiro do Inter.
— O Inter ia mal na Libertadores deste ano quando teve que enfrentar o Vélez, na Argentina. Abel Braga decidiu "surpreender". Escalou Michel e Gabiru. E Pato? No banco.
— Haveria uma lista de pecados cometidos por bons técnicos, traídos pela teimosia e arrogância. Insistindo em mostrar poder, eles erraram, erram e seguirão errando por efeito de um pecado capital: a soberba. Será o caso de Mano se não escalar Bustos.
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