| 01/12/2007 05h15min
É quase questão de segurança nacional. Na luta contra o rebaixamento, o Corinthians trouxe junto para Porto Alegre todas as atenções do país. Cada passo dos paulistas antes da decisão deste domingo contra o Grêmio é vigiado por um batalhão de jornalistas e um aparato policial. O Brasil vive cada instante da agonia corintiana.
A operação anti-rebaixamento do clube usou lances de popstar. A delegação desembarcou às 12h17min de sexta-feira direto na pista do Aeroporto Salgado Filho. Subiu em um ônibus com a sugestiva letra B afixada no pára-brisa e refugiou-se em um hotel no bairro MontSerrat sob proteção policial. Menos de quatro horas depois estava no gramado do Beira-Rio. O treino foi leve. Um trote ao redor do gramado e um trabalho técnico no espaço de uma das grandes áreas, restrito aos reservas.
O complicado, mesmo, viria menos de duas horas depois. Mais de 50 jornalistas esperavam por respostas e explicações dos jogadores. Amanhã, a previsão é de que entre 300 e
400 trabalhem no jogo. O
zagueiro Fábio Ferreira e o atacante reserva Wilson, que deve jogar. Foram os escolhidos pela assessoria. A norma é que os jogadores falem uma vez por semana. Para preservar o grupo, Nelsinho Baptista decidiu fechar os portões do treino deste sábado.
— É momento nosso — disse.
Ontem, porém, o treino foi mais que aberto. Foi transmitido via satélite. O Sportv mostrou o trabalho na íntegra. Mostrou até os galões de energéticos trazidos pelos paulistas. O Sportv costuma transmitir treinos só da Seleção. É o peso do Corinthians, dono de 10,5% da torcida brasileira segundo o instituto de pesquisas CNT/Sensus. É algo em torno de 19 milhões de pessoas - o Rio Grande do Sul são cerca de 10 milhões de habitantes.
O drama corintiano deslocou até mesmo nomes expressivos do jornalismo nacional. O repórter da TV Globo Caco Barcelos, acostumado às histórias do noticiário geral, grava os passos do time para o quadro Profissão Repórter. A idéia é contar tudo no
Fantástico deste domingo, quando o 2007
corintiano já terá um desfecho.
— Acompanhamos o Corinthians há um mês e meio — revelou.
As câmeras de Caco e mais uma dezena de outras gravaram Wilson e Fábio Ferreira falando da apreensão do time. Em pé, diante da boca do túnel, responderam com naturalidade as questões.
— Só dependemos de nós — disse Fábio.
— Houve pressão o ano todo — admitiu Wilson.
Nelsinho se alongou mais.
— Vencer esse jogo é como um título para mim.
Ele definirá o time no treino de hoje. Sem quatro titulares, (Bentinho, Finazzi, Gustavo Nery e Iran), deve escalar Felipe; Zelão, Betão e Fábio Ferreira; Amaral, Carlos Alberto, Moradei, Lulinha e Éverton Ribeiro; Arce e Wilson (Clodoaldo).
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