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 | 01/12/2007 21h27min

Fernandão avisa: não tem moleza

Inter enfrenta o Goiás no domingo

Guilherme Fister  |  guilherme.fister@zerohora.com.br

Para se livrar do rebaixamento, o Goiás enfrentará mais do que um Inter motivado neste domingo, às 16h. Terá pela frente no Serra Dourada seu filho mais querido.

Fernandão pode mandar o Goiás para a Série B. Atravessa boa fase. Marcou oito gols em 12 jogos pelo Brasileirão — 50% da produção do time nestas partidas. O capitão se aborrece com essa armadilha do destino. Conhece há mais de 20 anos roupeiros, massagistas e profissionais do Goiás. Com a voz firme, assegura:

— Os meus amigos torcedores me conhecem. Sabem que entrarei em campo dando o melhor — explica.

A adoração goiana vem de muito tempo. Fernandão subiu aos profissionais com 16 anos, em janeiro de 1995, quando o goleiro do time era um parceiro dos dias atuais.

— Fiquei seis meses no Goiás. Naquela época o Fernandão pedia benção. Olha hoje como é que está — brinca Clemer.

— O Clemer é vovô, né? Mas eu não pedia benção, não... Entrava caladinho. Ele tinha voz grossa, queria ser "brabão". Hoje conquistei respeito. Faço alguns jogadores me pedirem benção também — sorri Fernandão.

Foi lá, há 10 anos, que o atacantecomeçou a trajetória de conquistas: penta estadual, superando o tetra do rival Vila Nova, título da Série B de1999, bi da Copa Centro-Oeste, em 2000 e 2001.

Tanto sucesso o levou para a França, em 2001 antes de chegar ao Inter em 2004. Fernandão rodou o mundo sem mudar em nada seu estilo.

Ídolo ainda organiza um jogo beneficente na segunda-feira

Pela sua conduta, o capitão cativa gaúchos e goianos. Administra como poucos a condição de ídolo. Quem o acompanha em raros passeios pela cidade atesta. Abel Braga, mesmo conhecendo seu atacante, impressiona-se com sua postura diante dos fãs.

— Não dá para sair com ele. É até chato. Homens, mulheres, crianças, cai todo mundo em cima — conta.

Em Goiânia, o assédio é o mesmo. Basta Fernandão pisar no saguão do Aeroporto Santa Genoveva para ser abordado.

Nas ruas, outdoors estampam chamadas para seu jogo anual beneficente, idéia lançada em 2004 para ajudar pessoas necessitadas ou com câncer no Natal. Metade dos alimentos arrecadados é doada para a Casa de Apoio ao Câncer, instituição mantida pela mãe do sertanejo Leandro, vitimado por raro tumor no tórax. Neste ano, a partida será disputada segunda-feira, em Palmeiras de Goiás. Um dia depois do possível rebaixamento do Goiás.

Alexandre Lops / Divulgação

Guiñazu treina com o Inter em Gioânia
Foto:  Alexandre Lops  /  Divulgação


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