| 03/12/2007 07h19min
Rua Santa Ifigênia, centro antigo de São Paulo. Por volta das 9h da manhã, ainda são poucos os ambulantes que ocupam as calçadas com suas ofertas de controles remotos, cartuchos de tinta, celulares, jogos, filmes, softwares e MP3 piratas. Também é fraco o movimento nos boxes (pequenos pontos-de-venda) que formam labirintos dentro de galerias espremidas, espalhadas pela região conhecida como epicentro da venda de eletroeletrônicos no país. Mas, em uma loja especializada em antenas, o telefone não pára de tocar.
— Quer ver? É alguém procurando conversor — adianta o vendedor, antes de atender uma ligação.
Na semana que antecedeu o início das transmissões da TV digital na Grande São Paulo, no dia 2 de dezembro, foi forte a procura pelos aparelhos que permitem receber o sinal digitalizado na região que serve como termômetro de novos lançamentos. Com cerca de 2 mil lojas especializadas em produtos eletroeletrônicos, arrebanha diariamente mais de 40 mil consumidores, segundo
estimativa da Câmara de
Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Ifigênia.
Encontra-se de tudo. É só se aventurar pelas sete quadras da rua e mais suas travessas, embrenhar-se nas galerias e nem sempre acreditar quando os vendedores dizem.
— Este produto você ainda não vai encontrar aqui na Santa Ifigênia — diziam alguns deles na última quinta-feira, três dias antes da estréia da TV digital, garantindo que o aparelho só chegaria para o Natal.
É verdade que os atrasos de entrega pelos fabricantes tornaram o conversor artigo raro logo na região famosa por ser a primeira a oferecer novidades tecnológicas. Mas o produto pôde ser encontrado graças à insistência de lojistas como Suheil Haddad.
— Vê se acorda, o telefone não pára, assim vocês judiam de mim, quero o produto agora — reclamava, ao telefone, de fabricantes que prometeram novos lotes para daqui a duas semanas e de uma distribuidora que retinha 20 peças a caminho da loja.
Seu Surrel,
como é conhecido, é um imigrante sírio de 60 anos que
conhece bem a lógica da Santa Ifigênia, onde tem loja desde os 22: tem de ter o produto e fazer jus à tradição da região.
Consumidores são atraídos pelas novidades
A Santa Ifigênia é um centro de distribuição de mercadorias para todo o país, concentrando muitas importadoras. Isso, mais a forte concorrência, contribui para que receba muitos lançamentos, e com bons preços, comenta o presidente da CDL da região, José Ricardo Patrício de Pádua. A entidade não sabe informar, porém, quanto a economia da Santa Ifigênia movimenta. O xodó da vez é o conversor para a TV digital:
— Andei por toda a Santa Ifigênia para ser um dos primeiros a ter o sinal digital, por causa da qualidade da imagem — conta o técnico de informática Marco Antônio de Freitas Silva, 34 anos.
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