Não há no elenco do Grêmio alguém tão gremista quanto Galatto. Por isso, talvez ninguém esteja mais ansioso com o desmanche que se anuncia no Olímpico. O goleiro, 24 anos, tem contrato até o dia 31:

- A prioridade é renovar. Mas quero jogar, e não sei o que o futuro me reserva.

Dono de um passado heróico (defendeu o time em 30 jogos da Série B, culminando no pênalti da Batalha dos Aflitos), Galatto não tem muitos motivos para comemorar. A incerteza é reflexo da indefinição no futebol gremista.

"Me sinto amarrado"

- Ainda não fui procurado pela direção. Me sinto amarrado até para projetar minha carreira fora daqui, se for o caso - lamenta o atleta, que recebeu a reportagem do Diário Gaúcho no seu apartamento, em Cachoeirinha.

A angústia é dividida por familiares e amigos. Galatto sempre morou com os pais, João e Ivanira, e o irmão Cléo.

- A gente torce para que tudo se resolva logo. Não gostaria de ver meu filho sair de casa... - revelou a mãe, antes de o pai completar a frase:

- ... mas ele fica triste sem jogar. Goleiro não pode ficar parado.

Fila não é novidade para ele

A possível renovação com Saja não é vista como definidora de sua saída. Encarar fila não é novidade para Galatto. Em 2005, era o quarto goleiro, atrás de Eduardo, Márcio e Andrey. Os três saíram do clube em menos de um mês. Então sobrou para Galatto:

- Ficando, vou brigar para ser titular.

Choque mudou rumo

Galatto está no Grêmio há 11 anos. Subiu aos profissionais em 2003 e assumiu a condição de titular na quarta rodada da Segundona, em 2005. Herói da Batalha dos Aflitos, imaginou-se por muito tempo com a camisa 1. Vinha bem até 26 de março de 2006.

Um choque contra um atleta do Veranópolis provocou uma lesão na cabeça, que o deixou 30 dias parado. Na volta, falhou num 4 a 4 com o Fluminense. Ao declarar-se ainda sem confiança, motivou seu afastamento dos treinos. Mas acabou o ano como titular. Em 2007, perdeu seu lugar para Saja.