Está prevista para a tarde desta terça, dia 17, a sabatina do Senado ao indicado à Presidência do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. A indicação do deputado federal eleito pelo PSDB de Goiás deve ser aprovada na noite desta terça pela Comissão de Assuntos Econômicos, e ratificada pelo plenário na quarta.

Ficou claro que Meirelles terá de responder, na sabatina, como conduzirá as políticas monetária e cambial do país para compatibilizá-la com as promessa de campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-banqueiro evitou adiantar como atuará no comando do BC. Alegou que falará sobre isso aos senadores.

Um acaso reuniu nesta segunda, dia 16, Meirelles e sua maior opositora, a senadora Heloisa Helena (PT-AL). Meirelles fazia visitas prévias ao Senado, quando encontrou a petista no cafezinho.

Heloisa Helena disse não ter "nada de pessoal" contra Meirelles, mas adiantou que só vai decidir seu voto na reunião bancada do PT, às 14h desta terça, convocada pelo presidente do partido, José Genoíno. A senadora disse a Meirelles que "há barreiras intransponíveis".

Enquanto Heloisa Helena conversava em uma mesa ao fundo do café com o deputado federal eleito Lindberg Faria (PT/RJ), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), cicerone de Meirelles, pediu lugar e o apresentou à senadora.

Suplicy atribuiu a oposição da senadora ao fato de ela ser "uma pessoa de posições firmes, que faz o que acha certo para o povo brasileiro". Sentado com a senadora, Meirelles contou brevemente sua história profissional e lembrou ter sido parceiro do PT em projetos sociais como o Travessia, em São Paulo, em 1994.