| 10/12/2007 18h23min
A nova presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, disse nesta segunda-feira que não aprofundará o conflito com o Uruguai por causa da fábrica de celulose na fronteira, mas se esquivou de responsabilidade na polêmica porque foi o país vizinho que violou um tratado bilateral.
— Quero agradecer a presença do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez. Quero dizer com toda sinceridade que ele não vai ter desta presidente nem um só gesto que aprofunde as diferenças que temos — disse durante seu discurso no Congresso. — Mas também, com a mesma sinceridade, quero dizer que essa situação que atravessamos hoje não nos é imputável porque, além de medidas que muitas vezes não compartilhamos, o certo é que nós recorremos à Corte de Justiça de Haia porque foi violado o Tratado do Rio Uruguai com a instalação da fábrica sem o consentimento. Esse é o conflito e não outro — ressaltou.
A Argentina e o Uruguai mantêm há quatro anos uma polêmica pela instalação da fábrica, da
empresa finlandesa Botnia,
às margens do Rio Uruguai, na fronteira entre os dois países. Os argentinos consideram a instalação altamente poluente. Segundo Cristina, "resolver o conflito requer também um exercício de sinceridade por parte de todos", algo que "não significa aprofundar as diferenças".
— Trata-se simplesmente de saber qual é a diferença para dar governabilidade a esse conflito até que seja resolvido, como cabe aos Estados de direito, o tribunal jurídico internacional que ambos acertamos em caso de controvérsias — acrescentou.
Vázquez acompanhou circunspecto as palavras da colega argentina e só aplaudiu quando Cristina enviou uma mensagem aos "compatriotas do Uruguai", assegurando que os argentinos "vão senti-los sempre como seus irmãos".
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