O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), disse que a primeira providência depois da derrota do governo na votação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) será "a retirada do Parlamento do Orçamento 2008". Segundo Fontana, um novo projeto será elaborado pelo governo sem a receita de R$ 40 bilhões que seria gerada pelo imposto. Mesmo orçamentos setoriais que já tinham sido votados na Comissão de Orçamento estariam "furados".

— Nos próximos dias virá uma nova proposta. Vamos estudar como manter o nível de investimento e os programas sociais — disse o deputado, que creditou à oposição, e não aos votos dissidentes dos governistas, a responsabilidade pela derrota no Senado. — Milhões de brasileiros que dependem das políticas sociais foram derrotados. Setores da oposição adotaram o critério da mesquinharia e da pequenez pensando em 2010 — afirmou.

Embora não tenha confirmado que a obstrução na Câmara será mantida para evitar congestionar a pauta do Senado, Fontana afirmou que a prioridade no Congresso será garantir o segundo turno da votação da prorrogação da Desvinculação de Recursos da União (DRU). Com isso, é provável que a Câmara não vote mais nada neste ano. O parlamentar disse que se reuniu no Palácio com os ministros José Múcio (Relações Institucionais), Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento), Guido Mantega (Fazenda) e Franklin Martins (Comunicação), além do chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho.