O secretário-adjunto de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Thomas Shannon, afirmou nesta quinta-feira que tudo que estiver relacionado à maleta com dinheiro encontrada com um venezuelano na Argentina, em agosto, deve ser investigado pela polícia americana. A declaração é referente à investigação sobre a maleta com US$ 800 mil encontrada com um empresário em Buenos Aires. Ele chegou à capital argentina num avião particular junto com diretores da empresa Petróleos de Venezuela (PDVSA). Guido Antonini Wilson, que tem nacionalidade americana e reside em Miami, teve sua extradição pedida pela Argentina sob acusação de contrabando de dinheiro.

O caso está nas mãos de um tribunal americano. Quatro acusados de atuar como agentes a serviço da Venezuela e em conexão com Wilson foram detidos na última terça, em Miami, e ontem compareceram diante do tribunal, enquanto um quinto envolvido está foragido. Na audiência, a Promotoria levantou suspeita de que o dinheiro serviria para colaborar com a campanha da então candidata presidencial Cristina Fernández de Kirchner, que hoje reagiu às afirmações. Em aparente alusão aos EUA, ela disse que existem algumas nações que, "mais que países amigos, querem países empregados e subordinados".

Seu chefe de Gabinete, Alberto Fernández, acusou os EUA de montar "uma operação de inteligência" para "entorpecer a justiça argentina". Segundo o funcionário, "Antonini passou do principal acusado à vítima do governo venezuelano".

— Sentimos assombro pela atitude. Caso os EUA queiram saber a verdade, que envie Antonini. Temo o que estão protegendo.