| 22/12/2007 08h01min
O alto comissário para a Paz da Colômbia, Luis Carlos Restrepo, disse que as exigências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para libertar os reféns em seu poder são cada vez "mais absurdas", segundo uma entrevista publicada neste sábado pelo jornal francês Libération. A recente proposta da guerrilha, que consiste em libertar todos os seus reféns sob a condição de o presidente Álvaro Uribe renunciar, é "inaceitável" e "absurda", declarou Restrepo.
O alto comissário, porém, elogiou o anúncio dos rebeldes de que, em breve, libertarão três das pessoas seqüestradas, um gesto, segundo Restrepo, "puramente político", pensado para favorecer o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que negociava com as Farc até Uribe dispensar seus serviços de mediador.
Perguntado sobre o acordo humanitário defendido pelas Farc para a troca de 45 reféns por 500 guerrilheiros presos, o colombiano disse que Bogotá não só é favorável como tem "tudo pronto juridicamente" para
efetuar a troca. Mas o
problema para o governo é a criação da zona desmilitarizada que as Farc requisitam nos municípios de Pradera e Florida, onde vivem 110 mil pessoas, para negociar.
— Em que país do mundo um Estado de direito poderia aceitar isto? Pode o Estado colombiano abandonar à própria sorte esses habitantes, que poderiam se transformar em novos reféns das Farc? — questionou Restrepo.
A proposta da guerrilha, para a qual a zona desmilitarizada deve durar 45 dias, é "inviável", até mesmo "por um dia", declarou o alto comissário. Restrepo lembrou que, em contrapartida, o governo colombiano propôs a criação de uma "zona de encontro", em uma localidade rural e desabitada. Porém, as Farc não aceitaram a oferta, destacou.
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