Os atletas do Quênia venceram o duelo com os brasileiros e dominaram a 83ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre, disputada nesta segunda-feira nas ruas de São Paulo. Na categoria masculina, Robert Cheruyot conquistou o tricampeonato da prova, ele que já havia vencido em 2002 e 2004. No feminino, o título ficou com a estreante Alice Timbilili.

Mas os brasileiros não fizeram feio e também garantiram presença no pódio. Marizete dos Santos, que chegou a ameaçar a liderança de Timbilili no final da prova, terminou em segundo lugar, seguida por suas compatriotas Maria Zeferina Baldaia, Edielza Alves dos Santos e Marily dos Santos. No masculino, Anoe dos Santos Dias terminou em terceiro e Marildo Barduco, em quinto.

Cheruyot desbanca favorito Franck Caldeira

Campeão em 2006, o mineiro Franck Caldeira não teve o que fazer contra a superioridade de Cheruyot, que não veio à capital paulista no ano passado. Em ótima forma, o queniano ignorou o forte calor da capital paulista – a prova começou com cerca de 30º C – e dominou as ações da corrida desde o quinto dos 15 quilômetros.

Caldeira e Cheruiyot permaneceram no mesmo pelotão desde o primeiro quilômetro e viram Roberto Rodrigues de Oliveira e Éder Oliveira da Silva assumirem a condição de “coelho” ao imprimirem um ritmo alucinante no início da prova. Mas as zebras da São Silvestre não suportaram muito tempo na ponta.

Após o quinto quilômetro, Eder Oliveira, que estava na ponta, acabou ultrapassado pelo grupo de favoritos, que contava, além de Caldeira e Cheruiyot, com outro queniano: Kiprono Mutai, de apenas 20 anos. A partir do sexto quilômetro, o queniano Patrick Ivuti também começou a se destacar e assumiu o segundo lugar.

Na entrada da Avenida Rudge, a diferença favorável a Cheruiyot já era de 150 metros. Mesmo na subida do Viaduto Rio Branco, o queniano continuva imprimindo um ritmo forte, sem dar chance aos rivais. Na subida da Brigadeiro, ele ultrapassou até as primeiras colocadas da prova feminina e cruzou a linha de chegada sem ser incomodado.

Estreante impede festa brasileira

Na prova feminina, a estreante queniana Alice Timbilili, de 24 anos, impediu que as brasileiras fizessem a festa no pódio. Segunda colocada nas meias maratonas da Filadélfia (Estados Unidos) e de Saltillo (México), ela superou suas compatriotas Chemtai Rionotukei e Eunice Jeptoo e deixou para trás também as brasileiras Lucélia Peres, Marily dos Santos e Maria Zeferina Baldaia.

Roseilaine de Souza Silva, atleta do Cruzeiro, assumiu o papel de “coelho”, puxando o ritmo para as atletas de elite. Mas as brasileiras Marizete de Paula Rezende e Maria Zeferina Baldaia, além da queniana Alice Timbilili, não demoraram a se aproximar e passaram a se destacar já na descida da Consolação.

No elevado Costa e Silva, ponto que marca o quinto quilômetro da prova, a atleta do Quênia assumiu a ponta, acompanhada de perto por Baldaia. Mantendo uma média de 17 km/h de velocidade e sem se mostrar preocupada com o calor de 30ºC, a queniana desgarrou do grupo e ficou absoluta na frente logo no início.

Alcançada a metade da prova, Timbilili passou a administrar a corrida, diminuiu a média da velocidade para 15km/h e sequer olhava para trás, pois não era ameaçada por nenhuma concorrente. O excesso de tranqüilidade por pouco não complicou a queniana pouco depois do viaduto do Chá, quando Marizete, campeã da prova em 2002, encostou na queniana.

Da subida da Brigadeiro Luiz Antônio até a chegada na Avenida Paulista a emoção tomou conta dos torcedores, que gritavam e incentivavam a brasileira na busca pelo bi. Apesar de todo o esforço de Marizete, no entanto, prevaleceu o preparo físico da estreante queniana, que cruzou a linha de chegada atrás somente de Robert Cheruiyot, seu compatriota, tricampeão da edição masculina.