| 02/01/2008 10h19min
O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, classificou hoje como interessante a oferta do ministro do Exterior francês, Bernard Kouchner, sobre uma ajuda da União Européia (UE) na investigação do atentado que causou a morte da líder opositora Benazir Bhutto. Kouchner disse à imprensa ao término de sua reunião com Musharraf que tinha oferecido a ajuda de especialistas franceses e da União Européia na investigação, questionada pelo Partido Popular do Paquistão (PPP) de Bhutto.
Musharraf considerou interessante a proposta de Kouchner, que chegou nesta terça-feira à noite ao Paquistão em uma visita inesperada, após a oferta feita por telefone há três dias pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown. Na ocasião, o presidente paquistanês disse a Brown que consideraria sua oferta, mas o Executivo paquistanês defendeu nestes dias o profissionalismo de sua equipe de especialistas e sua capacidade para completar a investigação.
Bhutto morreu em 27 de dezembro em um
atentado ao final de um
comício, quando um terrorista disparou contra a líder, para depois detonar seus explosivos, segundo os primeiros resultados da investigação. Mas a causa da morte da ex-primeira-ministra foi, segundo o Ministério do Interior, o golpe que Bhutto recebeu contra a alavanca do teto solar do veículo onde estava, após cair empurrada pela força da explosão.
O PPP insiste em que Bhutto morreu devido a ferimentos de bala e questiona também a autoria do atentado, atribuída pelo Governo ao líder tribal supostamente vinculado à Al Qaeda Baitullah Mehsud. O partido opositor pediu à ONU uma investigação internacional semelhante à feita após a morte do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, algo que Kouchner considerou ontem à noite como difícil de acontecer, já que não há um segundo país envolvido.
Em sua reunião com Kouchner, Musharraf disse que está comprometido com a realização de eleições livres e justas, mas sem esclarecer se a convocação do pleito será mantida para 8 de
janeiro. Musharraf afirmou
a Kouchner que estão em andamento consultas com os diferentes partidos políticos, e depois a Comissão Eleitoral ficará responsável por tomar uma decisão final sobre a data do pleito, segundo a agência estatal, APP.
O Governo e o governamental Liga Muçulmana do Paquistão (PML) sugerem que as eleições sejam adiadas, devido à destruição de material eleitoral durante os distúrbios ocorridos após o assassinato de Bhutto. Também argumentam que a situação de segurança não é favorável durante o mês muçulmano de Muharram, por isso pedem para que as eleições sejam na segunda quinzena de fevereiro.
No entanto, o PPP exige que a convocação em 8 de janeiro seja mantida, e convocou uma reunião para decidir sua futura estratégia caso haja o adiamento do pleito.
Musharraf fará um discurso por rádio e televisão à nação às 20h (13h de Brasília), no qual informará os paquistaneses sobre "questões importantes no contexto da situação política e de segurança que
prevalece no Paquistão", segundo um
porta-voz oficial.
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