| 08/01/2008 04h55min
Foi com dois golaços que o Inter ganhou a Copa Dubai. Depois que Fernandão fez o primeiro de voleio, logo a um minuto e meio de jogo, matando a bola no peito e chutando sem deixá-la cair ao chão, era difícil de imaginar outro gol mais bonito. Mas aconteceu. E de bicicleta. Mais belo, sem dúvida.
Os italianos haviam empatado a 41 minutos da etapa inicial, com o chileno Jiménez completando cruzamento do sueco Ibrahimovic da esquerda. Renan falhou, o chileno errou o primeiro arremate e, caído, fez 1 a 1. Mas o que importa são as histórias dos golaços do Inter, que dominou a partida praticamente o tempo todo, com marcação adiantada, conforme o combinado na véspera.
Assim, quando Alex posicionou-se para cobrar a falta, 1 a 1 no placar, Marcão ordenou para Nilmar:
— Vai para a área que eu vou cabecear lá dentro.
Quem estava dentro do campo, a metros do lance, ouviu com clareza. Nilmar obedeceu. Alex alçou a bola, Marcão fez exatamente
o que prometera ao atacante, e o gol do título
se consumou em um momento de rara beleza.
— É jogada ensaiada. Treinamos isso. Mas me passei da bola: só podia fazer o que fiz. Deu certo — explicou Nilmar.
O gol de Nilmar custou o sangue de Fernandão. Foi nele a falta que originou o lance. Materazzi acertou-lhe um cotovelaço. No hotel, recebeu sete pontos no supercílio, para se ter idéia de como a partida não tinha nada de amistosa. Fernandão respondeu a Materazzi com um agradecimento irônico.
— Disse a ele que foi coisa de Deus — revelou Fernandão.
Ao final, Abel Braga contou detalhes da preleção que definiu a postura do time em campo.
— Falei para eles: se eu fosse jogador, diria ao técnico que o jeito era adiantar a marcação, mesmo sem fôlego ainda. Eles aceitaram o desafio. Teremos um bom 2008 — sorriu o técnico.
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