| 11/01/2008 17h49min
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu nesta sexta-feira aos governos do continente americano e do mundo que reconheçam as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN) como grupos insurgentes e os tirem da lista de terroristas.
— Peço que comecem reconhecendo as Farc e o ELN como forças insurgentes da Colômbia, e não como grupos terroristas. Peço isso aos governos deste continente e aos governos do mundo — disse Chávez, antes de ler sua mensagem anual à Assembléia Nacional (AN), afirmando que os grupos são considerados terroristas por uma "pressão dos Estados Unidos". — Digo isso sabendo que pode incomodar alguns: as Farc e o ELN não são terroristas. São exércitos autênticos que ocupam espaços na Colômbia. É preciso dar reconhecimento às Farc e ao ELN, porque são forças insurgentes que têm um projeto político bolivariano que aqui é respeitado — completou.
Chávez também comentou a recente libertação das colombianas
Clara Rojas e Consuelo
González, que há anos estavam em poder das Farc.
— Ontem, vivemos com intensa emoção (...) o resultado bem-sucedido da Operação Emmanuel. Quero fazer um reconhecimento, sem exceção, a todos os que participaram desta negociação humanitária — declarou, acrescentando que a missão foi um "exemplo do que se pode conseguir quando o senso de humanidade é colocado à frente".
Além disso, em referência aos EUA, o venezuelano denunciou que aqueles "que não têm interesse na paz, que pretendem continuar levando o mundo pelos caminhos terríveis da guerra e da divisão entre as nações e os povos", tentaram "sabotar a operação". Ele pediu para que a população reze pelo fim do "império americano, que tanto dano faz a este planeta e ao mundo".
Chávez ainda agradeceu aos governos de Brasil, Argentina, Equador, Bolívia, Cuba, França e Suíça, entre outros, que segundo ele apoiaram na liberação das seqüestradas. O presidente estendeu seus agradecimentos ao colega da
Colômbia, Álvaro Uribe, por "suas
generosas palavras" sobre o governo da Venezuela, formuladas ontem num pronunciamento em rede nacional de televisão. No entanto, Chávez disse que a confiança entre ambos ficou "pulverizada" em novembro, quando Bogotá o impediu de continuar mediando a troca de 44 reféns das Farc por cerca de 500 guerrilheiros presos.
O venezuelano assegurou que, como lhe pediram Clara e Consuelo, não "baixará a guarda" e antecipou que já está trabalhando em planos "para continuar avançando" na negociação pela libertação de reféns. Fez ainda votos para que "a libertação de Clara, Consuelo e Emmanuel seja o anúncio definitivo da ressurreição da Colômbia".
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.