| 13/01/2008 16h57min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegará amanhã a Cuba para fazer uma visita de 24 horas ao país, mais de quatro anos após sua última viagem à ilha, em setembro de 2003.
Inicialmente, a viagem estava prevista para ocorrer nos dias 22 e 23 de novembro e o próprio Lula adiou em meados de dezembro a visita por 30 dias devido à necessidade de avaliar a longa lista de questões apresentadas por Cuba.
O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, afirmou no início de novembro em Havana que a viagem procura aproximar mais as relações, que são muito próximas, mas quanto mais próximas melhor e ressaltou o interesse pessoal do presidente na visita.
A Presidência brasileira não descarta que possa ocorrer um encontro entre Lula e o líder cubano, Fidel Castro, que desde julho de 2006 se recupera de uma grave doença que o obrigou a delegar provisoriamente o cargo a seu irmão mais novo, Raúl, primeiro vice-presidente e ministro das
Forças Armadas.
O presidente
chegará à Ilha na segunda-feira à noite procedente da Guatemala. Ele deve se reunir com Raúl Castro e com o presidente da Assembléia Nacional (Parlamento cubano), Ricardo Alarcón. O chefe de Estado venezuelano, Hugo Chávez, foi o presidente a se reunir com Fidel no dia 20 de dezembro durante uma visita do amigo e aliado do líder cubano à ilha para participar da 4ª Cúpula da Petrocaribe.
Além do eventual encontro entre Lula e Fidel, a agenda da visita inclui várias questões no terreno econômico, como o pedido cubano de uma ampliação da linha de crédito atual para incentivar o setor agrícola na ilha.
No final de agosto, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, fez uma visita oficial ao Brasil, onde, segundo o titular das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu que o Governo brasileiro ampliasse o crédito ao setor primário, de US$ 90 milhões para US$ 200 milhões.
Amorim se mostrou aberto a estudar o pedido cubano, pois Cuba
está pagando sempre, o que considerou
"a melhor garantia" para continuar e ampliar a colaboração nesta área. Cuba também tem interesse em contar com a eventual participação da Petrobras na prospecção de hidrocarbonetos em águas profundas de sua região econômica exclusiva no Golfo do México, onde já operam pelo menos sete petrolíferas internacionais.
A Petrobras também pretende discutir a construção de uma fábrica de lubrificantes em Cuba, a cooperação em refino, pesquisa e desenvolvimento de recursos humanos.
— O Brasil procura aumentar a exportação de alimentos a Cuba, que já apresenta números significativos", disse o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, na semana passada.
Além disso, pretende anunciar financiamentos a projetos cubanos industriais, químico- armacêuticos, agroindustriais e de infra-estrutura — acrescentou.
Outros temas que estão na agenda econômica são os possíveis investimentos brasileiros em transporte, turismo e extração de níquel, assim
como a colaboração no terreno da saúde
concretizado na produção de medicamentos e vacinas.
Cuba tem com o Brasil um acordo para a transferência de tecnologia no terreno biotecnológico, um modelo que também aplica no Irã.
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