A pré-temporada do Flamengo em Teresópolis terminou na manhã deste domingo. Mas a despedida ganhou a companhia de uma polêmica. Durante o jogo-treino contra o Huracán Buceo, do Uruguai, os atletas rubro-negros acusaram o zagueiro Fernando Caballero de ofensas raciais.

Ainda no primeiro tempo, o uruguaio desentendeu-se com Toró e houve bate-boca. Logo depois, Ibson defendeu o companheiro e avisou:

– Não vem de racismo aqui!

O clima ficou tenso e ao fim da vitória do Fla por 3 a 0, Toró confirmou que foi ofendido. A palavra usada pelo atleta uruguaio teria sido "macaco".

– Sou feliz do jeito que sou. Muitas pessoas me amam desta maneira. Fiquei chateado na hora, mas ele veio me pedir desculpa. E está desculpado.

Assim que deixou o campo da Granja Comary, Fernando Caballero foi cercado pelos jornalistas. Ele ficou assustado com a repercussão do caso, mas deu sua versão.

– Recebi um soco nas costas e o chamei de "negro". E no Uruguai esta expressão é algo como amigo. Não sabia que seria interpretado como racismo. Quando soube, pedi desculpas – diz o uruguaio.

O técnico Joel Santana ficou chateado com o incidente. Porém, ele lembrou que os jogadores do Flamengo têm de se acostumar a tal comportamento durante a Taça Libertadores.

– Essa história me aborreceu porque não há necessidade de se chegar a tal ponto. Mas eles sempre fazem isso e nos chamam de comedores de banana, macacos. Eles têm o dom de irritar – declara o treinador.