A poucos dias antes de começar o Gauchão 2008, o Cidreirão ou Sessinzão, como é chamado o estádio de Cidreira, no Litoral Norte, não tem condições para a realização de partidas de futebol e apresenta riscos devido a problemas estruturais. O alerta é do engenheiro Henrique Vitler, ex-professor da PUC. No entanto, o prefeito Beto Pires disse que o objetivo é procurar nesta semana a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) para acertar as datas dos jogos da dupla Gre-Nal.

O presidente da FGF, Francisco Noveletto, destacou que primeiro será feita uma vistoria no local e, se aprovado, pelo menos quatro jogos, dois para cada clube, estão previstos aos finais de semana entre o final de janeiro e o início de fevereiro. Nesta semana, Noveletto pretende acertar detalhes com os presidentes dos dois clubes.

No entanto, Vitler realizou ainda no ano passado uma análise técnica da obra, a pedido do Ministério Público, e constatou que há problemas de estrutura nas arquibancadas e túneis de acesso. Segundo ele, é grande o risco de algum setor desabar:

– Foi feito apenas o reboco do concreto que caiu, e houve uma pintura. É só aparência, a estabilidade ainda está comprometida.

O engenheiro se refere às obras feitas ano passado para a realização de alguns jogos de Inter e Grêmio durante o verão. Vitler destacou que é favorável às partidas de futebol em Cidreira, mas desde que o evento tenha boas condições de segurança. Para Vitler, só não houve maiores problemas em 2007 por que o estádio não lotou.

– Além disso, a cobertura de concreto nas ferragens não atende às normas brasileiras, que exige quatro centímetros de cobertura das ferragens. Em Cidreira, o cimento do estádio cobre apenas em um centímetro as ferragens. E ainda tem a ação da maresia no local – adverte.

Segundo o engenheiro, o laudo técnico foi enviado para várias autoridades públicas. Neste ano, ele faz o alerta porque a situação das ferragens deve estar ainda pior. O prefeito de Cidreira disse que novas obras foram feitas este ano, como pintura, capina e colocação de caixas d´água, mas nada relacionado à estrutura. Beto Pires acredita que o estádio tem condições para realização de jogos, mas admite que um dos objetivos é recuperar as ferragens.

Para isso, no próximo mês, vai à Brasília tentar junto ao Ministério dos Esportes R$ 1,5 milhão para justamente reforçar a estrutura e também fazer os acabamentos no estádio, como calçamento, revestimento de paredes e forro. Já o Corpo de Bombeiros prepara, provavelmente para esta semana, uma inspeção no estádio.

Enquanto isso, continuam os acertos para que quatro jogos de Inter e Grêmio ocorram entre o final deste mês e o início de fevereiro.