Pela primeira vez como cabeças-de-chave de um Grand Slam, os brasileiros Marcelo Melo e André Sá vêm realizando trabalhos intensos antes da estréia no Aberto da Austrália, contra o argentino Luís Arnold Ker e o espanhol Feliciano López. Sem ansiedade, os mineiros pré-classificados número 13 vêm fazendo da preparação a grande arma para tentarem mais um bom resultado no circuito profissional, após chegarem às semifinais em Wimbledom e às quartas no Aberto dos Estados Unidos em 2007.

Melo e Sá, respectivos 31º e 28º colocados no ranking de entradas de duplas da ATP, tiveram poucas chances de acompanhar o primeiro dia de disputas em Melbourne. Tudo isso por causa da jornada tripla de preparação antes do início da chave de duplas.

— Estamos nos preparando muito bem, fazendo dois períodos de treino em quadra e outro de trabalhos físicos. Hoje (segunda-feira), fizemos um treino pela manhã contra o (norte-americano Eric) Butorac e o (australiano Paul) Hanley. Acho que estamos no caminho certo e temos tudo para fazer um bom torneio — comentou Marcelo Melo.

Na terça-feira, enquanto Melbourne Park assiste o segundo dia de competição nas chaves de simples, os brasileiros disputarão alguns sets contra ninguém menos do que os irmãos Mike e Bob Bryan, cabeças-de-chave número um do Aberto da Austrália. Mas a preparação da parceria verde e amarela não se restringe apenas aos aspectos físico e técnico. Estreante no Grand Slam australiano, Melo tem aproveitando para adquirir um pouco mais de conhecimento de Sá, que fará em 2008 a sua décima participação na competição.

— Sempre conversamos muito sobre as experiências que ele já teve e pode me passar, como em Wimbledon, quando iríamos jogar cinco sets, ou então a controlar um pouco o nervosismo. Já venho me adequando muito bem a algumas coisas e estou tranqüilo. Venho fazendo algumas estréias desde o ano passado, como nos outros três Grand Slams, e vejo este torneio como mais um — sintetizou.

O tenista de 24 anos e 2,03m também garantiu que a derrota sofrida na primeira rodada do Torneio de Auckland, o primeiro desde setembro de 2007 ao lado de Sá, não abalou a dupla às vésperas do Aberto da Austrália. De acordo com Melo, o que influenciou — e positivamente — os mineiros foi o título que conquistou duas semanas atrás, no Torneio de Adelaide, ao lado do Argentino Martín Garcia.

— A vitória que eu tive só nos ajudou, pois pude pegar ritmo e confiança de jogo. Tanto que tivemos o jogo na mão em Auckland jogando muito bem, mas perdemos no detalhe — relembrou.

Melo e Sá , vale lembrar, serão os únicos brasileiros em ação nas disputas profissionais na Austrália, já que nenhum tenista nacional sequer disputou o qualifying de simples da competição, tanto nas chaves masculina como feminina.

GAZETA PRESS