O governo sérvio aprovou nesta segunda-feira um "plano de ação" com medidas que Belgrado aplicará caso o Kosovo proclame a independência, como anseia a majoritária população albanesa da província. O conteúdo do documento, aprovado em sessão extraordinária do Executivo sérvio, é considerado segredo de Estado, e até agora não se sabe detalhes sobre as medidas que podem ser aplicadas.

Segundo comunicado oficial, o projeto foi aprovado de acordo com uma resolução do Parlamento sérvio sobre o Kosovo emitida em 26 de dezembro, a qual reafirmou a soberania territorial da Sérvia. Essa decisão anuncia que serão reconsiderados as relações diplomáticas e os demais vínculos com países que reconhecerem uma possível independência da província. Entretanto, o texto também insiste em que Belgrado vai considerar nulos e ilegais quaisquer atos de proclamação da independência do Kosovo e o seu posterior reconhecimento por alguns países.

Além disso, a resolução prevê que os acordos internacionais dos quais a Sérvia participa, inclusive o de Estabilização e Associação com a União Européia (UE) — considerado o passo anterior à candidatura à adesão —, "devem estar em função da preservação da soberania e da integridade territorial do país". Segundo algumas fontes, Belgrado deveria assinar definitivamente esse acordo no dia 28, após tê-lo rubricado em novembro do ano passado. A Sérvia se opõe ao desdobramento de uma missão civil da UE no Kosovo, em substituição de uma que a Organização das Nações Unidas ( ONU) possui desde 1999 no local.

Os albaneses, que representam 90% da população da província, deixaram claro que proclamarão a independência de forma unilateral e em breve, em coordenação com os Estados Unidos e vários países da UE dispostos a reconhecê-la mesmo sem o consentimento do Conselho de Segurança das ONU. Por outro lado, a Sérvia anunciou que, com apoio russo, continuará tentando levar adiante as negociações do estatuto do Kosovo entre sérvios e albaneses até que haja uma solução aceitável para as duas partes.