O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta terça-feira a Cuba para uma visita de 24 horas, mais de quatro anos depois de sua última viagem à ilha.

Lula chegou a Havana poucos minutos depois das 21h (0h de Brasília), desembarcando no aeroporto acompanhado do chanceler Celso Amorim. Ele foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque. Segundo o programa oficial, Lula jantaria com o presidente em exercício cubano, Raúl Castro. Nesta terça-feira, ele será recebido oficialmente por Castro no Palácio da Revolução, para assinatura de acordos bilaterais.

No entanto, não foi confirmado se Lula se reunirá com o líder cubano Fidel Castro, que se recupera de um problema de saúde desde meados de 2006. Segundo um integrante da delegação brasileira, "há uma expectativa real" para a realização do encontro. Mas ainda não há previsão sobre quando poderia ocorrer o esperado encontro com Fidel, que não aparece em público desde 26 de julho de 2006. Lula deve deixar Cuba às 19h (17 de Brasília) desta terça-feira.

O último presidente a se reunir com o líder cubano foi o venezuelano Hugo Chávez, que, em meados de dezembro, esteve com Fidel durante duas horas e meia.

Presidente Lula deve negociar
instalação da Petrobras na ilha

A visita de Lula, inicialmente prevista para os dias 22 e 23 de novembro do ano passado, foi adiada em meados daquele mês por um período de 30 dias, devido à ampla agenda de temas propostos por Cuba, disse na época o próprio presidente brasileiro. Porém, a viagem também não pôde acontecer em dezembro devido a um problema de agendas, sendo novamente adiada, desta vez para janeiro.

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e os ministros de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, Educação, Fernando Haddad, e Saúde, José Gomes Temporão, estão em Havana. Na visita, Lula vai promover acordos de caráter econômico e comercial, alguns dos quais ainda estão sendo discutidos pelas delegações dos dois países.

Um ponto importante das negociações é o possível desembarque da Petrobras na ilha, com base em dois eixos fundamentais de atuação. Nos planos da estatal brasileira está a criação de uma fábrica de lubrificantes, para a qual será assinado um memorando de entendimento com um cronograma de execução, bem como sua participação na prospecção de hidrocarbonetos em águas profundas do país caribenho. O objetivo de ambos os países é que a Petrobras formalize sua inclusão na relação de petrolíferas internacionais (pelo menos sete até o momento) com direitos para explorar blocos marítimos de Cuba em sua zona econômica exclusiva no Golfo do México.

Além disso, os governos de Brasil e Cuba devem assinar um acordo para a produção e distribuição conjunta de uma vacina contra a meningite e outros para aumentar a cooperação nos setores agrícola, minerador, turístico, de transporte e de investimentos.