| 17/01/2008 15h30min
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, afirmou nesta quinta-feira que as perdas com financiamentos imobiliários de alto risco (cerne da crise do crédito americana) totalizam cerca de US$ 100 bilhões, número que pode ficar maior se a inadimplência e a execução de hipotecas crescerem.
— Certamente poderão ser múltiplos (de US$ 100 bilhões) conforme formos adiante — disse o presidente do Fed a congressistas, durante pronunciamento no Comitê de Orçamento da Câmara.
Bernanke foi questionado pelos congressistas sobre o potencial efeito econômico de um pacote de estímulo fiscal de cerca de US$ 100 bilhões. Ele respondeu que, se boa parte deste montante for rapidamente canalizada para o consumo, os efeitos sobre a economia podem ser significativos no segundo semestre de 2008 e em 2009.
Bernanke defendeu a agressiva posição de afrouxamento monetário do Fed, que contrasta fortemente com a política de juros estáveis do
Banco Central Europeu (BCE). A Europa
não enfrenta os mesmos riscos imobiliários que os EUA, salientou Bernanke, acrescentando que as economias européias e asiáticas não devem desacelerar tanto quanto a dos EUA.
Bernanke ressaltou que não está preocupado com a possibilidade de as ações do Fed criarem um problema moral, encorajando comportamento arriscado. O presidente do Fed citou as recentes baixas contábeis de bancos de Wall Street como uma evidência de que não está protegendo-os de perdas. O Fed garantirá que os bancos americanos não usem os seus recentes esforços de liquidez para não tomarem as medidas de proteção que precisam tomar.
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