| 20/01/2008 09h56min
Um dos maiores temores do governo em relação à crise é quanto ao que acontecerá com as commodities. Uma recessão intensa nos Estados Unidos poderia pôr a economia mundial em marcha lenta e provocar uma forte queda no preço dos produtos básicos (agrícolas e minerais). Assim, o saldo da balança comercial brasileira teria redução ainda mais forte que o previsto e a conta corrente do balanço de pagamentos, déficit superior aos US$ 4,75 bilhões projetados no mercado.
Se isso for acompanhado de uma fuga constante de capitais, como na primeira metade de janeiro, o dólar poderia disparar, elevando os riscos de alta na inflação, que já vem subindo nos últimos meses. Para conter uma eventual escalada do câmbio, que tem sido um poderoso auxiliar no controle dos preços, o Banco Central (BC) poderia vender parte dos dólares das reservas e, possivelmente, subiria os juros - o que teria efeito negativo no crescimento da economia.
A possibilidade de
elevar a taxa Selic para conter a pressão de
preços já é discutida e até pedida por integrantes do mercado financeiro. Uma deterioração excessiva das contas externas exigiria altas maiores - alguns cenários falam em dois pontos porcentuais, o que levaria a Selic de volta aos 13% ao ano.
O governo poderia ainda apertar o cinto e fazer um superávit primário maior do que o programado. Isso teria um efeito de redução na demanda e permitiria que o BC não subisse tanto os juros. Mas o atual comando da Fazenda dificilmente iria nessa direção, e se limitaria a manter o superávit previsto de 3,8% do PIB.
— O Ministério da Fazenda provavelmente não iria na contramão do BC, para atrapalhar, aumentando os gastos. Mas também não faria um ajuste maior, para preservar o maior volume possível de investimentos públicos — diz uma fonte da área econômica.
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