Ficou decidido pela cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em uma vistoria na Penitenciária Estadual de Caxias na tarde de quarta-feira, que a unidade será ocupada sem a resolução de todas as supostas falhas de segurança apontadas pelo Ministério Público e Brigada Militar (BM).

O titular da SSP, secretário José Francisco Mallmann, afirmou que pequenos ajustes serão feitos na estrutura, mas as modificações não impedirão as primeiras transferências de apenados.

A sugestão de construir uma muralha no entorno da cadeia para 432 apenados do regime fechado foi descartada. Muros serão erguidos apenas nos pátios destinados ao banho de sol e à prática esportiva.

Na próxima quarta-feira, técnicos do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), financiador de 80% dos R$ 14,8 milhões do orçamento total da construção, farão a vistoria final. Se a edificação for aprovada, o Estado poderá iniciar a ocupação das três galerias.

Durante 90 minutos, Mallmann, acompanhado do comandante-geral da BM, coronel Nilson Bueno, e dos chefes da corporação em Caxias e na Serra, inspecionou o presídio. Ao final da visita, na qual também estavam o promotor de Justiça Rodrigo López Zílio e a juíza da Vara das Execuções Criminais (VEC), Magáli Ruperti Rabello Justin, o secretário disse ter gostado do que viu.

— Há algumas questões de segurança que precisam ser resolvidas, mas nada impede que ele (presídio) seja habitado. Estamos levando dados sobre esses pequenos ajustes e vamos comunicar à governadora (Yeda Crusius, PSDB), que decidirá a data da inauguração — afirmou Mallmann, salientando que a ocupação deve se iniciar no começo de março.

As reformas, as quais o secretário preferiu não se aprofundar, devem ser feitas já com as celas de pelo menos uma das galerias ocupadas.

— Vamos saber mesmo dos problemas (de segurança) com eles (presidiários) aqui dentro. Precisamos trazer seus moradores (presos). Eles, com o passar o tempo, dirão se algo ainda precisa ser feito. Vamos trazê-los de forma gradativa. Vamos habitar uma ala para fazer um teste e, assim que o presídio demonstrar total segurança, vamos trazer os demais — declarou o titular da SSP.

Os "ajustes" antes da ocupação seriam, entre eles, o reforço de algumas grades e a construção de muros nos áreas de convivência dos apenados com maior facilidade de acesso ao exterior do complexo prisional.