| 24/01/2008 17h53min
O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan criticou a pequena participação do governo brasileiro no encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Segundo ele, a divulgação no Exterior dos "avanços da economia brasileira" nos últimos anos são ainda mais relevantes em tempos de instabilidade financeira mundial, como os atuais, e podem ajudar o "descolamento" do país.
O Brasil será representado a partir desta sexta-feira — o encontro começou ontem — por dois integrantes do primeiro escalão do governo: o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Amorim se concentrará nas negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), que ocorrerão paralelamente ao Fórum Econômico. Essa pequena presença oficial brasileira contrasta com a que ocorreu, por exemplo, em 2003 e no ano passado, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do
evento acompanhado de uma
ampla comitiva de ministros — entre eles, Furlan — e empresários.
— Eu acho difícil, mas não impossível que a economia brasileira se descole da situação que estamos vendo no Exterior, ainda é cedo para saber — disse Furlan, que atualmente preside a Galf Empreendimentos, grupo de investimentos: — Mas para isso é importante que a situação do Brasil seja permanentemente mostrada aos estrangeiros.
Segundo Furlan, "Davos é uma máquina de fazer negócios e o Brasil ainda não descobriu isso". E deu um exemplo concreto:
— Aqui você está sentando, vê o Tony Blair passando e vai falar com ele.
Após a afirmação, Furlan se levantou e foi conversar durante alguns minutos com Blair, que circulava pelo local, brincando com os jornalistas e iniciando em seguida uma conversa com o comissário europeu do comércio, Peter Mandelson.
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