O presidente da Bolívia, Evo Morales, e sua colega argentina, Cristina Fernández de Kirchner, presidiram hoje o lançamento da licitação para um gasoduto binacional, em meio a uma busca pela segurança energética que garanta o ciclo de crescimento econômico de ambos países e da região. Durante a cerimônia no Salão Branco da Casa de Governo, Morales disse que "na América do Sul há uma reserva de recursos naturais" e pediu "com muito respeito aos países industrializados a revisão política sobre o desenvolvimento industrial limitado em alguns países que está deixando muito a desejar".

O presidente boliviano disse ter "dados que demonstram que são históricos os níveis de investimento em seu país e que isso vai permitir resolver este problema energético".

— O primeiro ano de minha gestão foi a nacionalização, no segundo apostamos em consolidar a nacionalização, e agora no terceiro estamos entrando no tema de investimentos — concluiu.

Por sua parte, Cristina Kirchner destacou que a "Argentina paga o melhor preço por seu gás à Bolívia" e afirmou que a construção do Gasoduto do Nordeste Argentino (GNEA) é uma obra federal e latino-americana, e que "será proveitosa" aos dois países.

— Negócios são negócios quando as duas partes que intervêm obtêm benefícios, quando apenas uma é a parta que leva tudo e a outra nada, isso não é negócio, é exploração — disse.

O ministro do Planejamento Federal argentino, Julio de Vido, afirmou hoje que a construção do Gasoduto do Nordeste Argentino (GNEA), que transportará gás da Bolívia, será iniciada em junho deste ano e começará a funcionar em janeiro de 2010. O gasoduto terá 1.465 quilômetros de extensão e um custo de US$1,8 bilhão, para abastecer 27 milhões de metros cúbicos diários às províncias argentinas de Salta, Formosa, Chaco, Missiones, Corrientes e Entre Ríos. Hoje foram abertas as licitações para a provisão dos dutos do CNEA, cuja adjudicação estará pronta na segunda quinzena de fevereiro entre duas concorrentes, a argentina SIAT e a mexicana Tubacero.