| 26/01/2008 02h58min
O Conselho de Segurança da ONU encerrou nesta sexta-feira seu quinto dia de negociações sobre a crise da Faixa de Gaza sem chegar a um consenso sobre uma declaração que reflita sua posição sobre a crise vivenciada no território palestino. O presidente de turno do Conselho, o embaixador líbio Giadalla Ettalhi, disse ao término de uma reunião de seis horas que precisava consultar sua capital antes de aprovar a última minuta circulada entre os 15 membros do órgão.
— Para a Líbia, as mudanças que foram feitas são muito grandes e temos que falar com Trípoli para receber instruções — explicou.
Ettalhi disse que espera voltar na segunda-feira ao Conselho com a resposta de seu governo. Ao contrário das resoluções, as declarações têm que contar com a unanimidade do Conselho para serem adotadas. A minuta conta com o respaldo dos outros 15 membros do Conselho, incluindo os Estados Unidos, que aceitaram o texto após conseguirem acrescentar várias emendas que os líbios ainda não
estão dispostos a
aprovar.
Entre elas está uma condenação explícita aos lançamentos "terroristas" de foguetes e morteiros de Gaza contra povoações israelenses, que Israel alega serem a causa do bloqueio imposto ao território palestino. O embaixador líbio disse que o novo texto está "desequilibrado" devido a estas mudanças.
Os países árabes consideram que a declaração deve se concentrar na extrema situação humanitária que vive a isolada população civil de Gaza e em pedir a Israel que reabra as passagens fronteiriças. Para o embaixador britânico, John Sawers, o Conselho hoje conseguiu "avançar muito" nestas longas negociações sobre sua posição em relação à crise aberta no Oriente Médio.
— Temos um texto sobre a mesa que tem um amplo respaldo — disse.
A minuta pede que os israelenses suspendam completamente o bloqueio e expressa sua "profunda preocupação com a deterioração da situação humanitária em Gaza". Apesar disso, também faz menção à situação
nas povoações do sul de Israel que são alvo do
bombardeio palestino.
O texto pede ainda aos israelenses que "minimizem" o impacto de suas ações na população civil e que "facilitem" a assistência humanitária à população palestina. A minuta "incentiva" Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) a manterem contatos para estudar a proposta de que as forças de segurança da organização palestina assumam o controle do lado palestino das passagens fronteiriças.
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