| 27/01/2008 11h09min
O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Salam Fayyad, disse neste domingo que a economia na Cisjordânia cresce a um ritmo de mais de 10% por ano, enquanto a da Faixa de Gaza é zero.
— A economia palestina está começando a se recuperar — disse Fayyad a um enviado especial do jornal de Tel Aviv ao Fórum Econômico Mundial de Davos.
— O crescimento do setor industrial e comercial está em alta constante, e mês a mês estou autorizando dezenas de projetos de investimento na Cisjordânia — disse o primeiro-ministro da ANP.
A contribuição da Faixa de Gaza a essa taxa de crescimento, disse Fayyad, é inexistente, e talvez negativo. Fayyad, ex-funcionário do Banco Mundial (BM) em Washington, foi designado primeiro-ministro da ANP pelo presidente Mahmoud Abbas.
Os projetos autorizados por Fayyad, um independente próximo ao movimento nacionalista Fatah, liderado por Abbas, "são pequenos em dinheiro, mas criam muitas fontes
de trabalho", comentou.
— Junto com os
países doadores, nós ajudamos a financiar projetos e iniciativas, e tratamos muito para não apoiar "elefantes brancos", que no passado prejudicaram o saudável desenvolvimento da ANP — disse, em aparente alusão a vários casos de corrupção, um dos motivos pelos quais Fatah perdeu as eleições de janeiro de 2006.
O financiamento de pequenos projetos "é a menina dos meus olhos", disse Fayyad, refutado por alguns economistas palestinos. Segundo os críticos de Fayyad, apesar dos cofres palestinos na Cisjordânia contarem com muito dinheiro, devido às doações, e isso permite pagar os salários de dezenas de milhares de empregados públicos, os palestinos comuns não percebem essa suposta prosperidade.
Desde a nomeação de Fayyad, acrescentam, não foi criada nenhuma nova unidade industrial na Cisjordânia, embora a situação econômica nesse território seja muito melhor do que na Faixa de Gaza. Gaza está sob controle do Hamas, movimento islâmico considerado uma organização
"terrorista" pelos doadores da ANP,
que apóiam Abbas e suas negociações de paz com Israel.
A porcentagem de habitantes que vivem abaixo da linha de pobreza é de 70% entre o 1,5 milhão de residentes em Gaza, e de 36% entre os cerca de 2,5 milhões da Cisjordânia. Além disso, o desemprego afeta 60% da população ativa de Gaza e 20% entre o mesmo grupo da Cisjordânia.
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