| 27/01/2008 14h52min
O operador de mercados Jérôme Kerviel, 31 anos, suposto autor de uma fraude no banco francês Société Générale, comprou ativos no valor de "aproximadamente 50 bilhões de euros" antes de estes serem vendidos de forma urgente, o que provocou um prejuízo de 4,9 bilhões à entidade, informou a empresa.
Kerviel deverá permanecer mais 24 horas nas dependências da polícia financeira, que decidiu prolongar sua detenção, segundo o chefe da seção financeira da Promotoria de Paris, Jean-Michel Aldebert. Aldebert afirmou que a investigação está sendo "extremamente frutífera". Ao término desse segundo período de 24 horas de detenção, Kerviel pode ser libertado sem acusações ou apresentado perante um juiz para ser processado.
— Ele aceitou falar sobre a denúncia apresentada contra ele pelo Société Générale — afirmou o promotor.
O detido se encontra "psicologicamente bem" e está cooperando com os investigadores, segundo Aldebert. Em paralelo com a investigação
judicial, o Société Générale emitiu hoje
um comunicado no qual revelou alguns detalhes da suposta fraude, com o objetivo de acabar com os rumores:
— A posição fraudulenta chegava a 50 bilhões de euros de nominal equivalente
Devido aos "riscos ligados" a eles, a entidade considerou que era "imperativo" se desfazer desses ativos "de forma controlada" para respeitar os limites dos mercados. A venda foi feita em três dias, sem superar o limite de 8% do volume negociado nos índices de futuros referentes, que eram o Eurostoxx, o DAX e o FTSE. A operação de venda foi encerrada na noite do dia 23, após as bolsas terem registrado fortes quedas, o que gerou um prejuízo de 4,9 bilhões.
O banco reiterou que Kerviel burlou os sistemas de controle mediante o registro de operações fictícias fraudulentas destinadas a compensar verdadeiros investimentos.
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