| 28/01/2008 17h30min
O presidente-executivo (CEO) da financiadora de hipotecas americana Countrywide Financial, Angelo Mozilo, deixará de receber US$ 37,5 milhões em honorários, benefícios e indenização por demissão, diante da pressão de políticos que o recriminaram por continuar a extrair grandes somas da empresa enquanto milhões de americanos enfrentam a ameaça de execuções hipotecárias. Num comunicado divulgado no fim da noite de ontem, a companhia informou que Mozilo, de 69 anos, perderá a indenização que ele receberia quando se aposentasse.
Mozilo deve deixar a Countrywide quando o Bank of America completar a aquisição da financiadora de hipotecas, por US$ 4 bilhões. A venda deve ser concluída no terceiro trimestre, embora alguns investidores digam que a operação pode ser suspensa se os negócios da Countrywide continuarem a se deteriorar.
A desistência do recebimento da indenização não protege totalmente o executivo, que se tornou o rosto público da crise hipotecária por presidir a
maior financiadora de
hipotecas dos EUA. A senadora Hillary Clinton, pré-candidata democrata à Casa Branca, recentemente chamou de "ultrajante" o pacote de benefícios recebido por Mozilo e o senador Charles Summer pediu que ele doasse parte do pagamento para serviços de aconselhamento a devedores de hipotecas angustiados.
A decisão de Mozilo, porém, pode deixá-lo um pouco menos exposto à artilharia de Washington. Ele deve depor no dia 7 de fevereiro numa audiência convocada pelo deputado republicano Henry Waxman, que preside o Comitê de Reforma do Governo e Supervisão da Câmara. Waxman busca informações sobre o pacote de benefícios dos principais executivos financeiros das empresas que quebraram devido às perdas no mercado de hipotecas.
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