Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, a ministra da Secretaria Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, admitiu erro administrativo no uso dos cartões corporativos. Ela pediu demissão do cargo e transferiu para os funcionários da pasta parte da responsabilidade pelo mau uso do cartão corporativo. Segundo a ministra, dois servidores, que já foram demitidos e não tiveram os nomes revelados, a teriam orientado de forma errada sobre como usar o cartão.

A ministra explicou que informou sobre a sua saída ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num encontro que teve mais cedo com ele no Palácio do Planalto. Lula aceitou a demissão da ministra que vinha causado constrangimento ao governo, especialmente depois que a Comissão de Ética Pública da presidência avaliou que poderia haver indícios de crime no caso, que foi encaminhado para a Controladoria-Geral da União (CGU). Ontem, ela teria recebido um ultimato de emissários do presidente: ou se demitia ou seria demitida.

Matilde gastou R$ 171 mil no cartão corporativo em 2007, com diárias, aluguel de carros, hospedagem e compra em loja livre de taxas de importação em aeroporto. Segundo sua assessoria de imprensa informou, na época da divulgação dos valores, os gastos foram feitos durante viagens de trabalho. O maior deles foi para pagar aluguel de carros: 94 das operações somaram R$ 118.683,17, para deslocamentos dentro de cidades, regiões metropolitanas e comunidades quilombolas.

Após a revelação dos gastos nos cartões, o governo decidiu limitar os saques dos ministros. Altemir Gregolin, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, pagou com o cartão R$ 22.652,65. As novas regras para o uso do cartão estarão em decreto a ser assinado pelo presidente. Entre outras medidas, ele fica proibido para pagamentos de diárias de servidores em viagens a serviço e para compra de passagens.