| 05/02/2008 15h45min
O embaixador brasileiro Clodoaldo Hugueney Filho, um dos negociadores do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), enviou carta ao Conselho Geral da entidade em que classifica como injustificável, arbitrária e desproporcional a suspensão temporária de importação da carne bovina brasileira pela União Européia.
No texto, o embaixador afirma que a decisão é injustificável porque a carne brasileira não representa risco para a saúde humana ou animal. Informa que a União Européia alegou falhas no sistema de rastreamento dos rebanhos e pediu ao governo brasileiro para preparar com urgência uma lista irrealmente pequena de fazendas que teriam permissão para continuar exportando a carne.
Apesar do curto espaço de tempo a lista foi preparada mas, em seguida, rejeitada e iniciado o embargo temporário, afirma a carta. No texto, o embaixador argumenta ainda que mais de 150 países compram a carne brasileira por reconhecerem a qualidade dela: Essa posição não é acidental. Ao
longo dos anos nós temos
investido significativamente para elevar as condições de produção e saúde animal.
Hugueney afirma ainda, na carta, que ao contrário do que ocorre na Europa, o sistema de rastreamento do rebanho brasileiro não é implementado para prevenir problemas sanitários como a Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE), conhecida como doença da vaca louca. A BSE nunca foi registrada no Brasil, acrescenta.
O embaixador encerra o documento carta afirmando que o Brasil tem tradição na exportação de carne para países da Europa e está interessado em manter essa relação. Diz ainda esperar que as autoridades sanitárias do Brasil e da Europa mantenham um diálogo construtivo, como no passado, mas ressalva que o Brasil se reserva o direito de defender seus interesses nas organizações de comércio mundial.
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