Apesar das denúncias de gastos irregulares com os cartões corporativos do governo federal, o ministro da Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, que teve as despesas questionadas, defendeu hoje, em Chapecó, o uso do benefício como a forma mais transparente de se acompanhar os gastos públicos. Ele afirmou que não houve pressão para que deixasse o cargo e que tem o apoio do presidente Lula.

Segundo ele, os R$ 21,6 mil de despesa em 2007 foram gastos em 165 compromissos em mais de 90 municípios. Sobre um gasto de R$ 512,60 em um restaurante em Brasília, Gregolin disse que pagou o almoço de uma comitiva chinesa, após um acordo de cooperação entre os dois países, orientado pela assessoria jurídica. De acordo com o ministro, o governo apóia uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para esclarecer os gastos.

—Não teve má-fé no uso do cartão. Eu encaminhei minhas contas para a Controladoria Geral da União pois tenho a convicção de que não há irregularidade — defendeu-se.

Em Chapecó apenas por duas vezes

Gregolin se defendeu quanto à informação divulgada na imprensa de que esteve sete vezes no Oeste de Santa Catarina no ano passado. Ele afirmou que, oficialmente, esteve duas vezes na cidade. Uma para reunião com 200 pescadores da área atingida pela hidrelétrica Foz do Chapecó, e outra para Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Chapecó.

— Estive outras vezes por motivos particulares mas paguei as despesas do meu bolso — explicou.

O ministro afirmou que os gastos com o cartão não foram proibidos. O que houve foi uma restrição para saques. Segundo ele, as restrições não atrapalham sua agenda, já que nunca sacou dinheiro com o cartão.

Com as novas regras, ele afirmou que provavelmente terá de contar com um assessor que vai controlar os gastos, já que os ministros não terão cartão em seu nome.