| 08/02/2008 17h11min
O governo venezuelano negou nesta sexta-feira que a empresa americana Exxon Mobil, a maior petrolífera privada do mundo, tenha congelado ativos da estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) no valor de US$ 12 bilhões, e afirmou que tudo não passa de uma propaganda contra a companhia. A garantia foi dada pelo ministro da Energia e presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, que calculou em US$ 300 milhões os ativos "que temporariamente estão pendentes da decisão de um tribunal de Nova York".
Ramírez acrescentou que essa situação, prévia ao conflito que será resolvido em uma arbitragem internacional, "não afeta em nada a empresa, seu fluxo de caixa ou sua situação operacional". Ele disse que a PDVSA "cumpre 100% de suas operações e seus envios de petróleo ao mundo todo", afirmando que o assunto é "uma manobra propagandística da Exxon".
A Exxon Mobil anunciou ontem ter conseguido uma ordem judicial que abre caminho para o congelamento de ativos da PDVSA no valor de US$ 12
bilhões, no marco de uma ação
judicial por sua exclusão forçosa da associação estratégica Cerro Negro, que opera na rica faixa petrolífera do Rio Orinoco. Ramírez afirmou que os US$ 300 milhões afetados pela "medida cautelar" promulgada por um tribunal de Nova York são ativos de uma empresa da PDVSA que não existe mais. Ao mesmo tempo, assinalou que a companhia petrolífera estatal venezuelana fará frente a essa medida com advogados americanos.
— Me preocupa o fato de que a imprensa desconheça a situação ou tente manipulá-la, a ponto de publicar que nossa empresa tem congelados bens avaliados em US$ 12 bilhões, quando isso é completamente falso — insistiu.
O ministro explicou que a medida em tramitação em Nova York se soma a outras que a Exxon Mobil moveu contra a PDVSA em tribunais do Reino Unido e da Holanda. Ele negou, porém, que algum ativo da empresa se aproxime do montante de US$ 12 bilhões e "nem da metade desse valor".
— Somos uma empresa solvente, com ativos avaliados
em US$ 107 bilhões, segundo o último
balanço, e podemos fazer frente a qualquer decisão dos árbitros internacionais — garantiu.
Negociação
Após ressaltar que a Venezuela nunca mais negociará com a Exxon Mobil à margem de tribunais nacionais e arbitragens internacionais, Ramírez destacou que essa petrolífera também não consegue afetar a imagem da PDVSA, que recentemente obteve créditos de US$ 1,25 bilhão de 10 bancos europeus que sabiam das medidas cautelares. Na arbitragem internacional será determinado se a Venezuela deve ou não pagar à Exxon Mobil alguma indenização por sua exclusão da jazida na Faixa do Orinoco.
— Nós vamos no julgamento (de arbitragem) para decidir quanto seria sua compensação, caso ela de fato ocorra.
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