| 08/02/2008 18h44min
O líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), defendeu nesta sexta-feira que a CPI sobre os gastos com os cartões de crédito corporativos investigue o uso do benefício somente a partir de 2001, não englobando o período de Fernando Henrique Cardoso na presidência. Ele justifica que é preciso existir um fato determinado para se proceder uma investigação e discorda dos argumentos do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), de que a comissão deve investigar o uso dos cartões nos últimos 10 anos.
— Para ser fato determinado tem que ter base legal e técnica. O Tribunal de Contas da União (TCU) e o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal) existem desde 1998. Por que nessa época não foi feita nenhuma denúncia, por nenhum órgão de imprensa, baseada em elementos do TCU e do Siafi com relação a gastos com a conta de cartão corporativo e agora se quer investigar sem base legal? É por que se quer fazer a CPI da justificativa ou a CPI da dissimulação, para se
igualar todo
mundo e nivelar por baixo a classe política e jogar para outros uma crise que é deste Poder Executivo? — questionou o líder democrata.
Maia disse que o fato determinado existe com base em elementos técnicos, envolvendo pessoas do atual governo. Ele defendeu ainda que as pessoas envolvidas com o uso irregular do cartão sejam afastadas dos seus cargos e estranhou o fato de só agora o governo, por meio de Jucá, propor uma CPI:
— Enquanto os denunciados eram ministros ninguém falava em CPI. Na hora em que se falou de seguranças de Lurian (filha de Lula) e seguranças pessoais do presidente, em São Bernardo, rapidamente o governo se moveu para fazer uma CPI, puxando para trás, inclusive, a investigação de fatos que nem denunciados existiam.
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