| 10/02/2008 09h47min
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, que iniciará amanhã uma viagem de dois dias à Guiana Francesa, aproveitará a visita ao território ultramarino francês em plena floresta amazônica para lançar uma campanha contra os garimpeiros brasileiros que atuam no território.
Sarkozy, que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira, apresentará amanhã um dispositivo de segurança para combater os garimpeiros de ouro que entram de forma clandestina a partir do Brasil.
Após visitar Campoi, um povoado indígena em um parque nacional próximo à fronteira brasileira, onde mostrará seu apoio às ações a favor da manutenção da biodiversidade, o chefe de Estado francês anunciará o início da operação Anaconda.
O "Le Journal du Dimanche" informou neste domingo que dois helicópteros Puma do Exército e outro EC 145 da Gendarmaria participarão desta operação, junto com reforços da França continental em três aviões, contra os garimpeiros
ilegais de ouro acusados de poluir os rios com
mercúrio.
A geóloga Delphine Miau, que trabalha para as empresas de mineração autorizadas para explorar ouro, disse ao jornal que entre outubro de 2006 e outubro de 2007 a atividade dos clandestinos se estagnou, mas que desde essa última data "os brasileiros se reorganizaram" e sua atividade ilegal voltou a aumentar.
Sarkozy prevê concretizar a cooperação com o Brasil sobre a questão em seu encontro com Lula, que acontecerá em Saint-Georges de l'Oyapock, na fronteira entre os dois países.
No entanto, um alto comando do Exército francês não identificado, citado pelo "Le Journal du Dimanche", se mostra cético, levando em conta que "Brasil tem muitos outros problemas".
Os dois presidentes analisarão também a situação dos reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e a cooperação bilateral em assuntos de defesa e biocombustíveis. Segundo fontes brasileiras, Lula abordará como retomar as negociações da Organização
Mundial do Comércio (OMC).
Fontes francesas
disseram que os dois chefes de Estado querem superar a retórica de boas intenções que até agora caracterizou sua relação e criar uma verdadeira associação "estratégica".
Por isso, Sarkozy expressará apoio para que o Brasil entre no Conselho de Segurança da ONU e para ampliar o Grupo dos Oito (G8, os sete países mais desenvolvidos e a Rússia), com o objetivo de dar lugar às economias emergentes.
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