| 12/02/2008 09h13min
A Polícia dinamarquesa deteve hoje quatro pessoas suspeitas de planejar um atentado contra Kurt Westergaard, um dos chargistas do jornal Jyllands-Posten que fez uma caricatura do profeta Maomé. Um porta-voz dos serviços secretos dinamarqueses confirmou hoje que a operação para desmantelar a suposta célula terrorista ocorreu no início do dia, na localidade de Aarhus.
Acrescentou que as detenções tiveram caráter preventivo e aconteceram quando os supostos terroristas estavam na fase inicial dos preparativos para atentar contra Westergaard, um dos 12 desenhistas que fizeram caricaturas de Maomé. O diretor do jornal, Carsten Juste, disse hoje na edição on-line do digital do Jyllands-Posten que havia planos muito concretos para assassinar a Kurt Westergaard.
O caricaturista, de 73 anos, e sua esposa Gitte, de 66 anos, estavam há meses sob proteção policial. Juste afirmou que "a direção do 'Jyllands-Posten' acompanhou durante vários meses com grande preocupação os esforços
discretos da segurança
dinamarquesa e dos serviços de inteligência para proteger Kurt Westergaard contra planos concretos de assassiná-lo".
— Esperamos que as detenções tenham servido para impedir estes planos — destacou o diretor do jornal.
O próprio cartunista disse, em declarações à edição on-line do jornal, que as forças de segurança tinham lhe informado sobre os planos que existiam contra ele, mas que, mais do que medo, sentiu "raiva" e "indignação".
Além disso, manifestou seu temor de que as doentias repercussões de sua caricatura possam durar pelo resto de sua vida.
— É triste, mas se transformou em uma circunstância da minha vida — acrescentou.
O Jyllands-Posten publicou, em setembro de 2005, cerca de dez caricaturas do profeta Maomé, que inicialmente passaram despercebidas, mas que meses depois provocaram uma onda de protestos em vários países islâmicos. As manifestações de protesto contra a publicação das polêmicas
caricaturas chegaram a causar mais de cem mortos em diferentes
países. Westergaard desenhou Maomé como um homem de aspecto barbudo com uma bomba no turbante. A versão on-line do jornal reproduz hoje novamente a caricatura.
O Islã considera uma ofensa a representação em imagens do profeta Maomé.
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