| 13/02/2008 11h14min
As lágrimas do discurso de despedida foram substituídas por um sorriso de satisfação no rosto de Gustavo Kuerten ao comentar seu desempenho na partida desta terça-feira contra o argentino Carlos Berlocq no Torneio de Costa do Sauípe. Guga foi eliminado na primeira rodada, mas garante ter ficado muito contente por seu desempenho em quadra.
– Hoje é um dia feliz, joguei acima das expectativas. Havia tempos não fazia um jogo assim. Acertei boas paralelas, impus meu jogo. Valeu a pena, foi gratificante, mas para jogar neste nível é muito esforço para mim.
O esforço, garante ele, torna-se insuportável a partir dos 40, 45 minutos.
– É quando eu começo a cair bruscamente.
Esta noite não foi diferente. Guga conseguiu manter o ritmo durante boa parte do primeiro set. Apesar de os dois tenistas terem perdido seus saques iniciais, ele acha que isso ajudou no equilíbrio.
– A partir do momento que eu perdi meu saque e ele
também nós dois nos soltamos. O único momento que vacilei
foi no 2/1.
Mas conseguiu reagir e retornar ao combate, até que o físico começou a falar mais alto.
– A partir do 4/3, 4/4 começou a ficar bastante complicado. Este é o momento que você sabe o que vai acontecer e começa a prejudicar muito.
Mentalmente, seu desgaste também aumenta, por causa dos questionamentos sobre o momento adequado de chamar o fisioterapeuta.
– Isto é muito ruim. Tenho de exigir de mim um esforço sobrenatural e isso não é normal.
Contra Berlocq, Guga conseguiu lidar com a dor durante todo o primeiro set, mas entregou os pontos no intervalo. Pediu atendimento fisioterápico e conseguiu voltar para a quadra, mas a capacidade de resistência já estava comprometida.
– Para jogar neste nível é muito esforço e isto é o que eu não consigo mais.
Sensibilidade
Amigo do brasileiro Gustavo Kuerten, o argentino Guillermo Coria
confessou sua admiração pessoal pelo jogador que foi eliminado nesta terça-feira, na estréia de simples do
Torneio de Costa do Sauípe.
– De todos os números 1, Guga foi o mais sensível. Para mim, foi um grande prazer jogar com o Guga –– afirmou o jogador, que tenta se restabelecer no circuito profissional.
Adversários freqüentes nas quadras, os dois mantêm um bom relacionamento também fora delas. Em cinco confrontos diretos, o brasileiro levou vantagem em quatro. A única derrota foi em 2005, no Torneio de Sopot quando Guga, já com problemas no quadril, teve de abandonar o jogo.
No ano da despedida do catarinense como profissional, Coria só manda uma mensagem.
– Que ele desfrute o que vem pela frente – desejou.
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