O atleta paraolímpico sul-africano Oscar Pistorius solicitou à Corte de Arbitragem do Esporte (CAS) a anulação da sentença que o impede de competir com próteses nas duas pernas nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, em agosto.

A Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) decidiu negar ao velocista, que tem as duas pernas amputadas, a participação no evento, argumentando que suas próteses podem dar a ele uma clara vantagem nas corridas.

Pistorius, de 21 anos, apelou à CAS, órgão independente ao Cômite Olímpico Internacional (COI) e que julga em última instancia, sob a alegação de que as próteses que usa não lhe dão vantagem alguma.

– Este recurso não é só para mim, mas para todos os atletas deficientes, que merecem a oportunidade de competir no mais alto nível se o corpo permite fazê-lo – justificou o sul-africano.

A decisão da IAAF se baseia nos estudos conduzidos pelo professor Peter Brueggemann, que fez testes biomecânicos e fisiológicos com as próteses utilizadas pelo atleta. Pistorius, por sua vez, diz que outros especialistas contestaram esses testes.

No ano passado, a IAAF decidiu proibir em suas provas a participação de atletas que usassem determinadas ajudas técnicas que pudessem oferecer vantagem sobre os demais, mas o pedido do sul-africano e os dados técnicos recebidos sobre o caso reabriram a discussão.

Pistorius (apelidado de “Blade Runner", referência ao famoso filme lançado em 1982) já competiu em duas provas com atletas não-deficientes em 2007. Foi segundo na final B do Meeting de Roma, em julho, com o tempo de 46s90, e foi desclassificado por queimar a largada em uma prova na cidade inglesa de Sheffield, no mesmo mês.

O sul-africano é recordista mundial paraolímpico nas provas de 100, 200 e 400 metros, além de ter sido o medalhista de ouro na prova dos 200 metros nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, em 2004.